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PT não aprendeu nada com o desastre do governo Dilma, diz Verde Asset

Luis Stuhlberger, gestor do fundo Verde

Luis Stuhlberger, gestor do fundo Verde

Não é novidade que a PEC da Transição foi recebida como uma bomba pelo mercado financeiro de maneira geral. A proposta aprovada no Senado na semana passada tem sofrido duras críticas de todos os lados da Faria Lima, inclusive de tubarões como Luis Stuhlberger, da Verde Asset.

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Na carta mensal mais recente, o gestor usou palavras duras para se referir às propostas do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e disse que “não há absolutamente nenhum compromisso com qualquer responsabilidade fiscal”. 

Gerou consternação, ainda, a menção à Teoria Monetária Moderna (MMT, na sigla em inglês), que, de maneira resumida, diz que os países emissores de sua própria moeda nunca darão calote na sua dívida, pois podem imprimir dinheiro para pagá-la. De acordo com o Estadão, o PT pediu para retirar o trecho do texto após a repercussão negativa.

“Um país com a história inflacionária do Brasil e taxas de juros de 13,75% brincar com esse tipo de argumento mostra que, definitivamente, o PT não aprendeu nada com o desastre do governo Dilma”, diz a carta da Verde.

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A gestora destaca que o governo eleito aceitou reduzir R$ 30 bilhões nos gastos fora do teto na PEC, mas, em seguida, aprovou no Senado um complemento de R$ 25 bilhões vindo de contas inativas de PIS/Pasep. Assim, a PEC foi para a Câmara prevendo gastos de R$ 200 bilhões fora do teto.

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Além da carta, Stuhlberger reforçou suas críticas à proposta durante dois eventos na semana passada. 

“Eu não vejo chance zero de downgrade de rating. Uma PEC de R$ 200 bilhões sem financiamento vai ter más consequências sobre os mercados de juros, câmbio e ações”, afirmou o gestor Luis Stuhlberger, da Verde, durante o Macro Vision 2022, evento do Itaú BBA.

Oportunidade perdida

A carta do Verde destaca, ainda, que mesmo com a desaceleração da economia dos EUA e indícios de que a China deve aliviar a política de “Covid zero”, houve uma queda forte de juros globais, correção importante do dólar e alta forte do minério de ferro.

“É mais uma clássica oportunidade perdida do Brasil – caso o governo eleito exibisse um mínimo de disciplina fiscal, provavelmente estaríamos vendo taxa de câmbio na casa de R$ 4,90 e taxas de juros longas em torno de 10%”, diz o texto.

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Como fica o Verde

Nesse contexto, o fundo Verde reduziu exposição na bolsa brasileira e manteve posição vendida na bolsa americana.

Na renda fixa, o fundo manteve posição comprada em inflação implícita no Brasil, o que significa que o gestor está vendo uma assimetria vantajosa entre os títulos pré-fixados e os atrelados à inflação.

Além disso, o Verde adicionou uma pequena posição aplicada em juro real, isto é, apostando na queda das taxas. Na Europa, o fundo segue tomado em juros, ou seja, apostando que as taxas vão subir.

O fundo também está comprado em ouro e petróleo.

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Nas moedas, o Verde está vendido no euro e comprado em real. A posição em crédito high yield americano foi reduzida, enquanto o portfólio no Brasil permanece o mesmo

No mês de novembro, o fundo sofreu uma queda de 0,3%, ante uma alta de 1,02% do CDI. As perdas vieram das posições de bolsa, tanto no mercado local quanto nos EUA, além da posição vendida em euro.

Em 12 meses, o Verde acumula alta de 14,86% versus 11,12% do CDI.

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