A troca da presidência da República está agendada para o dia 1º de janeiro de 2023, com a chegada de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Planalto pela terceira vez; mas, antes mesmo da confirmação do resultado da eleição, já se falava sobre a âncora fiscal do próximo governo.
Agora, com Lula eleito, o tema ganha ainda mais força, principalmente porque alguns analistas começaram a falar sobre uma suposta “herança maldita” que o governo de Jair Bolsonaro (PL) deixará para o seu sucessor.
Para o ex-presidente do Morgan Stanley no Brasil Daniel Goldberg, atual CIO da Lumina Capital Management, Lula e sua equipe entendem a necessidade de criar uma âncora fiscal para substituir o teto de gastos, que foi abandonado pelo governo Bolsonaro.
“Na cabeça da equipe do presidente, âncora fiscal dá certo - e já que o teto foi meio que destruído esse ano, acho que eles entendem que precisa substituir o teto por outras coisas”, afirmou Goldberg, durante evento de aniversário de 13 anos da Empiricus Investimentos.
Ele também fez uma avaliação dos anos Lula no âmbito da economia.
“Acho que eles aprenderam e absorveram a lição de que, no campo do macro, dar notícias ruins rapidamente faz sentido estratégico, desde que você tenha tempo de colher os frutos políticos no final do mandato”, disse o advogado.
Já no campo micro, Goldberg vê ambiguidade na gestão petista.
“Não me parece que há um consenso em relação às coisas que realmente deram certo na micro”, apontou.
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Micro sem ideologia
Fazendo um balanço sobre o governo Bolsonaro na micro, Goldberg fez questão de frisar que esta é uma área que não tem embate ideológico entre direita ou esquerda.
“É um trabalho de encanador. Não existe agenda micro que não seja a combinação de um governo competente com um Congresso que ajude”, afirmou.
Nos anos Bolsonaro, Goldberg exaltou o marco do Saneamento, a lei de recuperação judicial e a privatização da Eletrobras. Esta última, no entanto, com ressalvas sobre os jabutis aprovados na operação.