A retirada da candidatura de André Janones (Avante) e a atração de eleitores indecisos ou que falavam em anular o voto deram novo fôlego à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Se a eleição fosse hoje, inclusive, Lula estaria novamente flertando com a possibilidade de vitória em primeiro turno. É o que sugere a mais recente edição da pesquisa encomendada pelo banco BTG Pactual ao Instituto FSB.
No caso de segundo turno, Lula também ampliou sua vantagem no cenário mais provável, contra o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Lula e Bolsonaro atingem suas máximas no cenário espontâneo
Se na semana passada o efeito da redução do preço dos combustíveis acendeu um sinal de alerta na campanha petista, grande parte do movimento já se realizou e Lula recompôs a dianteira sobre Bolsonaro, segundo a BTG/FSB.
No cenário espontâneo, tanto Lula quanto Bolsonaro avançaram a seus respectivos níveis mais elevados na série da sondagem.
Lula cresce acima da margem no cenário estimulado
Já no cenário estimulado de primeiro turno, Lula subiu de 41% para 45% no decorrer da última semana.
A intenção de votos no candidato petista cresceu acima da margem de erro de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.
Bolsonaro, por sua vez, manteve os 34% da edição anterior. Em terceiro lugar, Ciro Gomes (PDT) oscilou de 7% para 8%. Já Simone Tebet passou de 3% para seus tradicionais 2%.
Qual o impacto de Janones?
Na primeira edição da BTG/FSB sem André Janones na corrida, o número de votos declarados à rubrica ‘outros candidatos’ baixou de 5% para 2%.
Na semana passada, Janones marcava 2% das intenções de voto. Pela margem de erro, o potencial de voto no deputado mineiro alcançava os 4%.
Aparentemente, Lula assimilou nos últimos dias a maior parte do eleitorado de Janones, que declarou apoio ao petista depois de desistir da corrida pelo Palácio do Planalto.
Bastante ativo nas redes sociais, área considerada uma das principais deficiências da estratégia de comunicação do PT, Janones participou inclusive de uma live com Lula no fim de semana.
Segundo os realizadores da pesquisa BTG/FSB, Lula também atraiu eleitores indecisos e que falavam em anular o voto. A cifra passou de 3% na semana passada para 2% agora.
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Chance de definição em primeiro turno?
A soma dos votos nos concorrentes de Lula está em 46%.
Isso significa que, dentro das oscilações aceitas na margem de erro, o ex-presidente volta a flertar com a possibilidade de vitória em primeiro turno ao marcar os atuais 45%.
Outro indício favorável a Lula pode ser percebido na certeza do eleitor quanto ao voto em primeiro turno.
Enquanto a convicção dos eleitores de Lula e Bolsonaro segue extrapolando os 80% e a consolidação do voto em Simone cresceu de 32% para 40%, a certeza do voto em Ciro diminuiu de 42% para 39%.
Dos ciristas que poderiam mudar o voto no primeiro turno, 36% o trocariam por Lula e 20% votariam em Bolsonaro.
Lula amplia margem no segundo turno
Depois de ver a vantagem sobre Bolsonaro em um eventual segundo turno cair a 12 pontos porcentuais na semana passada, Lula tem agora 15 pontos de dianteira sobre o atual inquilino do Palácio do Planalto.
Lula passou de 51% para 53%. Bolsonaro oscilou de 39% para 38%.
Nos demais cenários analisados, Lula venceria Ciro (50% a 29%) e Simone (54% a 26%).
Por sua vez, Bolsonaro perderia para Ciro (39% a 47%) e ficaria em condição de empate técnico com Simone (42% a 40%).
Como foi feita a pesquisa
Para elaborar a pesquisa encomendada pelo BTG, o Instituto FSB consultou 2 mil eleitores de todo o país entre 12 e 14 de agosto. As entrevistas foram conduzidas por telefone. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.
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