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IPCA registra deflação pelo terceiro mês seguido, mas inflação ainda deve demorar para voltar à meta

Desenho de quatro homens tentando segurar um maço de dinheiro, que tenta "voar", em referência à inflação.

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) segue em desaceleração. Entretanto, ela segue bem distante das metas estipuladas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

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Pela terceira leitura consecutiva, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) apurou variação negativa do IPCA em setembro.

Em relação a agosto, o IPCA recuou 0,29%, de -0,36% na leitura mensal anterior. Em 12 meses, porém, a inflação acumulada desacelerou de 8,73% em agosto para de 7,17% em setembro.

Em ambos os casos, o resultado veio em linha com a mediana das estimativas dos analistas consultados pelo Projeções Broadcast, que eram de -0,32% na leitura mensal e de +7,13% em 12 meses.

As causas da deflação do IPCA

Apesar dos três meses seguidos de deflação, o recuo do IPCA decorre principalmente de desonerações e cortes de impostos, em especial a redução do ICMS sobre os preços de energia.

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“A inflação de julho, agosto e setembro não está vindo de uma redução de atividade, mas do corte de impostos”, explica Mirella Hirakawa, economista sênior da AZ Quest.

Ao mesmo tempo, o cenário de inflação alta teve origem nos choques derivados da pandemia. “Isso inclui preços dos alimentos e do petróleo”, que agora perdem força, afirma Carlos Lopes, economista do banco BV.

Diante disso, não deve demorar para que a economia brasileira volte a registrar inflação mensal, embora num ritmo menor do que antes.

Projeções inalteradas

Também por esse motivo, os economistas consultados pelo Seu Dinheiro mantêm inalteradas suas projeções para a inflação em 2022 e 2023.

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Lopes projeta a inflação em 12 meses próxima de 5,5% no fim deste ano. Mirella antevê o IPCA em 5,3% no acumulado de 2022 e em 4,9% no fim de 2023.

Embora isso signifique uma desaceleração em relação aos atuais 7%, o reencontro da inflação com as metas estabelecidas pelo CMN — de 3,50% para 2022, 3,25% para 2023 e 3,00% para 2024 — não deve acontecer tão cedo.

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