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E agora, Putin? Estados Unidos discutem teto de preço para o petróleo russo — e podem proibir de vez a commodity; entenda

Presidente russo, Vladimir Putin, sentado em uma mesa com fone ouvido

O presidente da Rússia, Vladimir Putin. Ao fundo, o ministro Sergei Lavrov.

Em negociações desde o começo do mês, os Estados Unidos e os países aliados — incluindo a União Europeia, as nações do Grupo dos Sete (G7) e a Austrália — devem anunciar nos próximos dias as diretrizes para estabelecer um novo teto de preço para o petróleo russo, segundo informações do Yahoo Finance.

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Há mais de nove meses, quando o país de Vladimir Putin invadiu o território ucraniano, os países do Ocidente instauraram uma série de sanções contra Moscou. E o petróleo não ficou de fora das punições ocidentais, uma vez que o conflito em terra europeia fez os preços da principal commodity energética do mundo dispararem, beneficiando a Rússia.

Agora, a intenção dos EUA e de seus aliados é encontrar maneiras de fechar a torneira que Putin abriu para financiar a guerra no Leste Europeu.

Isso incluiu a proibição da importação de petróleo russo e a limitação dos preços da commodity para mantê-la circulando no mercado sem uma elevação da cotação mundial e, ao mesmo tempo, moderar as receitas da Rússia.

Em termos mais simples, a determinação proibiria que as empresas fornecessem remessas e serviços necessários para transportar o petróleo russo para qualquer lugar do mundo, a menos que a commodity energética fosse vendida abaixo do teto de preços acordado pelos países aliados.

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Hoje, os contratos futuros do petróleo Brent, referência para o mercado internacional, operam em queda de 3,06% por volta das 11h10, cotados a US$ 85,66. No mesmo horário, os futuros da commodity do tipo WTI recuam 2,89%, a US$ 78,61.

É teto de petróleo para todo o lado

Vale destacar que a medida que deverá ser anunciada pelos Estados Unidos nos próximos dias não será a única ao redor do planeta.

As diretrizes norte-americanas em muito se assemelham ao plano do Reino Unido para o petróleo russo anunciado recentemente.

O reinado antes governado pela rainha Elizabeth decidiu proibir que os países utilizem seus serviços para transportar petróleo russo, uma vez que a maior parte do óleo da Rússia é transportado pelo Reino Unido.

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Mas há uma condição para liberar as “viagens” do petróleo. O bloco não impedirá o transporte da commodity caso ela seja comprada no limite ou abaixo do teto de preço estabelecido pelo G7, União Europeia, EUA e Austrália.

De acordo com entrevista de um funcionário do Tesouro norte-americano em anonimato ao Yahoo Finance, desde que o petróleo russo respeite o teto imposto pelos Estados Unidos, o comércio, o financiamento, o transporte, o seguro e o despacho aduaneiro deixariam de ser considerados transgressões das sanções impostas pelo ocidente. Caso contrário, bye bye, Putin.

Segundo o site, a proibição da importação de petróleo russo e as novas diretrizes para o teto de preços da commodity energética devem entrar em vigor em menos de duas semanas, a partir de 5 de dezembro.

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O teto de petróleo dos Estados Unidos

O funcionário do Tesouro afirmou que o limite de preço será um preço real, e não uma faixa de cotações estipulada pelos países aliados. Além disso, a expectativa é de que o teto seja ajustado a cada três ou seis meses.

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De acordo com um trabalhador do Departamento do Tesouro dos EUA ao Yahoo Finance, também sob condição de anonimato, o preço proposto pelos Estados Unidos poderia não ser o mesmo que o dos países membros da União Europeia.

Enquanto os aliados discutiram anteriormente uma faixa limite entre US$ 40 e US$ 60 por barril de petróleo, fontes informaram ao site que o teto na terra do Tio Sam poderia estar acima deste intervalo.

Segundo informações da Bloomberg, a União Europeia estaria cogitando uma faixa ainda mais generosa para a Rússia do que o esperado, entre US$ 65 e US$ 70 o barril.

Teto do gás natural na Europa

Além do teto idealizado pelos Estados Unidos e outras nações aliadas, a União Europeia também propôs um limite de preços para o gás natural — e nem todo mundo curtiu a ideia.

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Depois de vários meses de discussão sobre a ideia, os 27 líderes da UE deram apoio político à ideia no fim de outubro, com o teto de preço acordado em 275 euros por megawatt-hora.

Porém, algumas nações que participam do bloco econômico afirmam que o limite de preços do gás, que busca evitar custos de energia elevados para os consumidores, é “alto demais”.

A Bélgica, a Espanha, a Grécia e a Polônia fazem parte do grupo de membros da UE que apoiam o limite, enquanto a Alemanha e a Holanda mostram-se céticas sobre os benefícios da medida proposta pelo bloco econômico. 

Vale destacar, porém, que a medida é uma das propostas mais controversas para a Europa durante a maior crise energética vivida pelo continente em décadas.

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“Um teto de preço nos níveis que a comissão está propondo não é de fato um teto de preço. Portanto, [um] limite de preço de 275 euros não é um teto de preço, ninguém consegue comprar gás a este preço caro por muito tempo. Certamente, acreditamos que o limite de preço abaixo de 200 euros, entre 150 e 200 euros, seria mais realista”, disse Kostas Skrekas, ministro do Meio Ambiente e Energia da Grécia, à CNBC.

Os ministros de energia da UE devem se reunir nesta quinta-feira (24) para negociar a proposta do teto de preços para o gás natural.

*Com informações de Reuters, CNBC e Yahoo Finance

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