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É o fim do inverno cripto? Ethereum (ETH) dispara 44% em 7 dias e bitcoin (BTC) tenta acompanhar recuperação

preço do bitcoin e ethereum hoje

Apesar de o bitcoin (BTC) ter recuperado o fôlego que havia perdido nesta manhã — quando registrava ganhos mais discretos em torno de 1,5% por volta das 7h, sustentando o patamar de US$ 22 mil —, o ethereum (ETH) segue roubando os holofotes e opera em forte alta nesta terça-feira (19), influenciado também pelo bom humor em Wall Street.

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O ETH estende hoje a sequência de altas iniciada no fim de semana e sobe 3,53% nas últimas 24 horas, negociado aos US$ 1.558,41 por volta das 13h25, com aumento de 43,69% em uma semana.

Enquanto isso, a maior criptomoeda do mundo avança 3,79% no último dia e acumula valorização de 16,20% nos últimos sete dias, recuperando a faixa de US$ 23.167,04. 

O rali do BTC perdeu temporariamente o gás após o mercado de ações em Nova York esfriar e a Apple anunciar novos cortes de custos e menor ritmo de novas contratações, o que permitiu o fantasma da recessão voltar a assombrar os investidores.

"Se o bitcoin não sair dessa faixa [de US$ 22 mil] até o final do mês, especialmente após a reunião do Federal Reserve na próxima semana, podemos vê-lo como um forte sinal de um potencial fundo [no ciclo de baixa] de longo prazo", disse o CEO da BitBull Capital, Joe Diasquale. 

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Confira o desempenho das dez maiores criptomoedas do mercado hoje:

NomePreço24h %7d %
Bitcoin (BTC)US$ 23.167,04+3,79%+16,20%
Ethereum (ETH)US$ 1.558,41+3,53%+43,69%
Tether (USDT)US$ 1,000,00%+0,08%
USD Coin (USDC)US$ 0,9999+0,01%-0,02%
BNB (BNB)US$ 265,39+1,37%+16,63%
XRP (XRP)US$ 0,3692+1,42%+17,53%
Binance USD (BUSD)US$ 0,999-0,12%-0,17%
Cardano (ADA)US$ 0,5029+2,22%+15,48%
Solana (SOL)US$ 46,38+10,68%+35,03%
Dogecoin (DOGE)US$ 0,0687+1,91%+11,07%

Fonte: CoinMarketCap

O avanço do ethereum (ETH)

Apesar da influência das bolsas em Nova York, o forte desempenho do ethereum tem base na onda “grande fusão", também chamada de Ethereum 2.0, uma das maiores e mais importantes atualizações da rede ethereum.

Esse é mais um passo em direção à versão definitiva, que chegou a “ficar ameaçada” devido ao Longo Inverno Cripto.

Depois da fusão ter sido adiada diversas vezes — para ser mais exata, seis vezes —, Tim Beiko, da Ethereum Foundation, estabeleceu na quinta-feira o dia 19 de setembro como a data de lançamento provisória para a atualização.

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Para Felipe Fernandez, analista de criptomoedas da VG Research, a confirmação da data para atualização da fusão na última rede de testes (Goerli) da rede Ethereum, agendada para o dia 10 de agosto, reforça ainda mais a data proposta por Tim.

“Minha opinião é que o ETH está subindo em antecipação ao Ethereum 2.0”, disse John Ng Pangilinan, sócio-gerente da rede de blockchain Signum.

Veja também: O BITCOIN JÁ PASSOU PELO PIOR

O que é "A Fusão"?

A expectativa é de que The Merge (“A Fusão”, em tradução livre) traga eficiência energética para a segunda maior criptomoeda do mundo, além de permitir a escalabilidade (crescimento) da rede de maneira mais segura — e é um dos destaques do segundo semestre para o mercado de moedas digitais.

São três pontos principais:

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Fonte: Ethereum Foundation

No cronograma de atualizações programado, o The Merge deve ser concluído em algum momento entre agosto e setembro deste ano.

Apesar de Tim Beiko ter estabelecido 19 de setembro como a data provisória, a atualização não tem dia certo para acontecer por causa dos sucessivos testes para manter a rede estável durante a fusão.

Os desenvolvedores permanecem preocupados com o risco de tirar a blockchain do ar acidentalmente, o que explica a demora.

A atualização do ethereum (ETH)

A nona rodada de testes de estresse da rede antes da “grande fusão” aconteceu para examinar a eficiência do sistema MEV (valor extraível máximo, em tradução livre).

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De acordo com os desenvolvedores, os testes na rede paralela do ethereum — chamada de rede shadow ou também testnet — foram um sucesso.

Em linhas gerais, o MEV serve para tornar a rede ainda mais descentralizada, dando autonomia para os indivíduos emitirem e manipularem novos tokens (criptomoedas) e priorizar transações mais urgentes na blockchain por meio da mudança do sistema de validação.

É o fim do longo inverno cripto?

Para os analistas de mercado, o mercado de criptomoedas pode até avançar no curto prazo, como está acontecendo atualmente, mas ainda não é possível afirmar que o período de baixa realmente acabou.

Afinal, apesar do otimismo dos investidores com o bom desempenho dos ativos digitais nos últimos dias, o movimento pode não se sustentar por muito tempo.

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Para Katie Stockton, sócia-gerente da Fairlead Strategies, o ethereum precisa de “uma melhoria mais significativa” a médio prazo para indicar que uma reviravolta duradoura no mercado estaria em andamento.

“A recuperação pode ser passageira, com o retorno das condições de sobrecompra de curto prazo. A tendência de baixa permanece intacta”, disse Katie em nota.

E não estamos falando apenas do ethereum, como também do bitcoin. A executiva acredita que a maior criptomoeda do mundo mostra poucos sinais de melhora no médio prazo, o que reitera a visão mais pessimista da Fairlead para o BTC.

O que esperar do ethereum e bitcoin?

Ao contrário da Fairlead Strategies, para o analista de criptomoedas da VG Research, Felipe Fernandez, o movimento de ganhos do ethereum e bitcoin não é passageiro e deve persistir no médio e longo prazo.

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“Estes são alguns dos protocolos que mais sobreviveram no passado a situações tão adversas quanto a que estamos vivenciando”, afirmou o analista.

Fernandez projeta que, ao longo dos anos, tanto o bitcoin quanto o ethereum devem subir conforme a adoção de novos usuários aumentar.

“Quando vemos a taxa de adoção da rede do Bitcoin, mesmo em momentos de bear market, a escassez e a maior adoção fazem com que a demanda, mesmo que constante, esteja diante de uma oferta cada vez menor'', disse Felipe ao Seu Dinheiro. 

“Em economia, algo geralmente detém valor quando se encarrega de dois requisitos básicos: escassez e utilidade. Ambos os ativos possuem isso.”

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A recessão vai acabar com as criptomoedas?

Para o analista de criptomoedas da VG Research, Felipe Fernandez, a relação do mercado cripto com o cenário macroeconômico aumentou nos últimos tempos. 

“O mercado tornou-se bem mais correlacionado aos movimentos macroeconômicos do que a ele mesmo. Desse modo, só acredito numa real reversão de tendência quando o mundo todo convergir para tal”, disse Fernandez em entrevista ao Seu Dinheiro.

Desse modo, o mercado financeiro inteiro — com destaque para o mercado de risco — atualmente depende do posicionamento do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos).

“Juros altos comumente são ruins para o mercado de risco, e a tendência é que o Fed siga subindo as taxas até 2023. No entanto, parece-me que o Fed está numa linha tênue entre saber controlar a inflação e não deixar a economia norte-americana entrar em recessão”, disse Fernandez.

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O analista da VG destaca que, em caso de uma recessão global, nenhum ativo de risco — como o bitcoin, o ethereum e outras criptomoedas — seria perdoado no caos do mercado.

“Acredito que o mercado aguarda o arrefecimento dos dados da inflação. Desse modo, qualquer indício de contração possivelmente deve tornar o mercado de criptomoedas próspero novamente”, disse Felipe.

*Com informações de Barron's e CoinDesk

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