Caro leitor,
Terminou na noite de ontem a novela que mais vinha prendendo a atenção dos investidores locais: a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição.
Após a Câmara aprovar o texto em segundo turno, foi a vez de o Senado dar seu aval às mudanças propostas pelos deputados, com um placar amplamente favorável ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva: 63 votos a favor e apenas 11 contrários, quando eram necessários apenas 49 votos.
Assim, a PEC da Transição não serviu apenas para deixar R$ 145 bilhões fora do teto de gastos (R$ 168 bilhões, se contadas as receitas extraordinárias) pelo prazo de um ano - o que permite o pagamento do Bolsa Família de R$ 600 e dá tempo para a criação de um novo arcabouço fiscal.
Também serviu para mostrar a força do novo governo, diante de um Congresso que, diziam, seria mais conservador e frearia as medidas mais “radicais” dos petistas. Bem, ao menos no que diz respeito a abrir a (nossa) carteira, não parece ser o caso.
Mesmo assim, a PEC, já promulgada pelo Congresso, foi sim um pouco desidratada durante a tramitação nas duas Casas parlamentares. O desejo inicial do governo de transição era ampliar o gasto em quase R$ 200 bilhões por pelo menos quatro anos.
Mas, como todo latino-americano sabe bem, quando termina uma novela, logo começa outra. E agora, os olhares do mercado devem ficar voltados para a votação do Orçamento de 2023. Além disso, Lula e o novo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, continuarão a divulgar os nomes indicados para as suas equipes.
Lá fora, os investidores ficarão de olho nos dados de PIB dos EUA e do Reino Unido, além da dinâmica de juros dos bancos centrais ao redor do mundo.
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