Em inúmeras obras de fantasia, dragões são retratados como animais guerreiros, mágicos e quase invencíveis, capazes de mudar a história de uma guerra.
Na nossa realidade, os dragões não estão na linha de frente do combate ou são guardados como a arma secreta de um dos lados do conflito. Na realidade, eles aparecem como um efeito colateral, espalhados ao redor do mundo.
A invasão da Ucrânia levou grande parte dos países ocidentais a aplicar pesadas sanções econômicas contra a Rússia, incluindo às suas commodities energéticas, mas o efeito da guerra é global.
Diversos setores podem sofrer com o aumento de preços ou escassez de matéria-prima no longo prazo, mas quem chama mesmo a atenção e leva as projeções de inflação para as alturas é o petróleo.
Ao longo desta semana, vimos o barril da commodity ultrapassar a casa dos US$ 130 com a restrição dos Estados Unidos ao óleo russo. Ruídos em torno de possíveis negociações entre Moscou e Kiev trouxeram volatilidade aos preços e o Brent, utilizado como referência global, recuou 4% no período.
O impacto para o preço dos combustíveis, no entanto, segue gigantesco e alimenta o dragão da inflação. Ontem, a Petrobras anunciou um reajuste amargo e que deve pesar ainda mais no indicador de preços dos próximos meses, em um momento em que o cenário ainda não é tranquilizador – o IPCA de fevereiro mostrou uma elevação de 1,01%, acima da expectativa dos analistas.
Com a inflação fora de controle, aumentam as apostas de que o Banco Central precisará agir de forma mais agressiva. Ao mesmo tempo, uma guerra prolongada e juros altos quando há grande fragilidade econômica tendem a ter efeitos negativos na atividade do país. O cenário não é nada animador e isso refletiu no resultado das bolsas hoje.
Em Nova York, o Nasdaq recuou mais de 2%, com o S&P 500 e o Dow Jones em queda de 1,30% e 0,69%, respectivamente. Por aqui, o temor de inflação se misturou com uma possível greve dos caminhoneiros e o Ibovespa caiu 1,72% nesta sexta-feira, aos 111.331 pontos – um recuo de 2,41% na semana.
O dólar à vista fechou em alta de 0,76%, a R$ 5,0541, mas acumulou queda semanal de 0,48%. No mercado de juros, todos os principais vencimentos tiveram uma avanço expressivo.
Veja tudo o que movimentou os mercados nesta sexta-feira, incluindo os principais destaques do noticiário corporativo e as ações com o melhor e o pior desempenho do Ibovespa.
ATROPELADAS PELA INFLAÇÃO
Por que as ações da Tenda (TEND3) derreteram após o balanço do quarto trimestre e afundaram outras construtoras da B3. Classificados como “fracos”, “muito negativos” e “para esquecer” pelos analistas, os números jogaram um balde de água fria sobre os papéis.
PELOTÃO DE VENCEDORES
Vale (VALE3) ou CSN Mineração (CMIN3): quem leva a melhor na guerra entre Rússia e Ucrânia? Conflito entre dois players relevantes para o setor justifica, em alguma medida, as grandes flutuações dos preços do minério de ferro observados desde a invasão ucraniana, em 24 de fevereiro.
REGULAÇÃO
E agora, Nubank (NUBR33)? Banco Central aperta regras de capital para fintechs. A lista de instituições que precisarão se adequar à nova norma do BC não foi divulgada, mas deve atingir gigantes como o roxinho.
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FOCO EM SIGNERGIAS
Yduqs (YDUD3) compra Hardwork, empresa de cursos preparatórios de residência médica; saiba mais sobre o negócio de R$ 52 milhões. Negócio faz parte de uma estratégia para expandir a presença no ensino digital, além de fortalecer o ecossistema de medicina Idomed.
ACERTE SEU RELÓGIO
Bolsa brasileira fecha mais cedo na próxima segunda-feira com início do horário de verão dos EUA. Mudança vai acontecer no dia 14 de março e serve para evitar uma lacuna entre o encerramento das negociações na bolsa brasileira e em Nova York.