🔴 ESTA FERRAMENTA PODE MULTIPLICAR SEU INVESTIMENTO EM ATÉ 285% – SAIBA MAIS

Velhas casas de madeira: O que você deve aprender com o incêndio dos mercados financeiros

Temos hoje “focos de incêndio” por toda parte e, nos portfólios dos investidores, não é diferente. Porém, esses momentos difíceis são, sobretudo, oportunidades

15 de julho de 2022
12:19 - atualizado às 12:20
Imagem: Shutterstock

Pode uma árvore pegar fogo sem que o incêndio se alastre por toda a floresta?

Foi assim que Rodolfo Amstalden terminou mais um belo Day One ontem. Não por coincidência, proponho, nas palavras abaixo, um raciocínio um tanto quanto correlato.

Chicago e o comércio de madeira

Era o ano de 1871 em Chicago. Pela sua localização estratégica, havia se tornado o principal entreposto comercial de madeira do mundo. 

A cidade estava em pleno crescimento, atraindo imigrantes de muitas regiões, em especial, da Alemanha. 

Dadas as características térmicas e abundância da madeira, as construções da época eram erguidas quase que em sua totalidade usando esse material. 

Combinações catastróficas

O verão daquele ano, porém, foi especialmente seco e quente. Em uma noite de domingo, dia 8 de outubro, um incêndio se iniciou no celeiro da família O’Leary. 

Ninguém sabe ao certo sua origem, mas reza a lenda que, ao ser ordenhada, uma vaca derrubou uma lamparina acesa desencadeando o trágico incidente.

A partir daí, uma série de combinações catastróficas levou a uma tragédia sem precedentes na cidade. 

O clima seco, o vento de outono, as construções feitas de madeira e os recursos escassos dos bombeiros naquele momento fizeram as chamas se espalharem rapidamente.

Cerca de um terço das casas da cidade foram destruídas, um prejuízo econômico gigantesco e, o mais lamentável, centenas de pessoas morreram.

O fogo só foi controlado no dia 10 de outubro, quando uma chuva providencial caiu sobre a cidade.

A restauração

Começaram, então, os trabalhos de restauração, que mobilizaram todo o país.

Naturalmente, o processo de reconstrução não seguiu um caminho óbvio, tampouco linear.

Foram feitas algumas tentativas de reconstrução usando a mesma commodity e, em 1874, três anos depois, um novo incêndio ocorreu. 

Ainda que em menores proporções, as consequências econômicas e sociais foram ainda devastadoras.

Mudança na indústria

A partir daí, de fato, teve início uma mudança estrutural na indústria. 

As casas de madeira deram lugar a enormes arranha-céus feitos de ferro, tijolos e terracota – uma espécie de argila mais resistente ao fogo. 

Os conceitos arquitetônicos e urbanísticos aprendidos com a tragédia deram origem à escola de arquitetura de Chicago, que exerceu grande influência no planejamento de outras cidades pelo mundo. 

Isto é, a transformação da cidade também gerou impactos muito além das proporções imaginadas inicialmente.

Incêndios também são comuns nos mercados.

Na história recente, é possível destacar, por exemplo, a grande crise financeira de 2008, iniciada por um “descuido” no mercado imobiliário americano.

Há cerca de dois anos, outra “lamparina” foi derrubada na China e a crise do coronavírus se alastrou rapidamente.

Em resposta, os bancos centrais e os governos juntaram esforços para “reconstruir” as suas respectivas economias usando os mesmos instrumentos monetários e fiscais utilizados diversas vezes no passado: impressão de dinheiro, aumento da base monetária e do endividamento público, e por aí vai.

As consequências do superaquecimento 

Não por coincidência, estamos sentindo as consequências do superaquecimento do mercado de trabalho e dos índices de inflação. 

O clima seco impactando as commodities agrícolas, os ventos de uma recessão americana ainda neste outono do hemisfério norte, as casas europeias altamente dependentes do petróleo russo e as ferramentas mais escassas das autoridades monetárias têm feito “as chamas” se espalharem rapidamente nos mercados.

Temos hoje “focos de incêndio” por toda parte e, nos portfólios dos investidores, não é diferente. 

As novas oportunidades 

Imagino que você possa estar decepcionado(a) com a performance dos últimos meses de alguns grandes gestores. 

É natural também que tenhamos os mais diversos questionamentos, principalmente se nos deixarmos levar por nossos vieses. 

O que a história nos conta, porém, é que esses momentos difíceis são, sobretudo, oportunidades de reflexão, aprendizado e reconstrução.

Quando se derrubam as velhas casas de madeira, é a hora de arregaçar as mangas, construir algo muito melhor e fazer escola.

Um abraço,
Lais Costa

Compartilhe

EXILE ON WALL STREET

A simplicidade é a maior das sofisticações na hora de investir

12 de setembro de 2022 - 18:55

Para a tristeza dos estudiosos das Finanças, num daqueles paradoxos do conhecimento, quanto mais nos aprofundamos, parece que cavamos cada vez mais no subterrâneo

EXILE ON WALL STREET

Marcas da independência: Vitreo agora é Empiricus Investimentos

5 de setembro de 2022 - 8:43

Com a mudança de nome, colhemos todos os benefícios de uma marca única, com brand equity reconhecido e benefícios diretos, imediatos e tangíveis ao investidor

EXILE ON WALL STREET

Além do yin-yang: Vale a pena deixar os fundos para investir em renda fixa?

2 de setembro de 2022 - 11:47

Investidores de varejo e institucionais migraram centenas de bilhões em ativos mais arrojados para a renda fixa, o maior volume de saída da história do mercado de fundos

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Encaro quase como um hedge

1 de setembro de 2022 - 13:27

Tenho pensado cada vez mais na importância de buscar atividades que proporcionem feedbacks rápidos e causais. Elas nos ajudam a preservar um bom grau de sanidade

EXILE ON WALL STREET

Complacência: Entenda por que é melhor investir em ativos de risco brasileiros do que em bolsa norte-americana

29 de agosto de 2022 - 11:25

Uma das facetas da complacência é a tendência a evitar conflitos e valorizar uma postura pacifista, num momento de remilitarização do mundo, o que pode ser enaltecido agora

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: O elogio que nem minha mãe me fez

25 de agosto de 2022 - 12:02

Em mercados descontados que ainda carregam grandes downside risks, ganha-se e perde-se muito no intraday, mas nada acontece no dia após dia

EXILE ON WALL STREET

Degrau por degrau: Confira a estratégia de investimento dos grandes ganhadores de dinheiro da bolsa

24 de agosto de 2022 - 13:57

Embora a ganância nos atraia para a possibilidade de ganhos rápidos e fáceis, a realidade é que quem ganha dinheiro com ações o fez degrau por degrau

EXILE ON WALL STREET

Blood bath and beyond: Entenda o banho de sangue dos mercados financeiros — e as oportunidades para o Brasil

22 de agosto de 2022 - 12:25

Michael Hartnett, do Bank of America Merrill Lynch, alerta para um possível otimismo exagerado e prematuro sobre o fim da subida da taxa básica de juro nos EUA; saiba mais

EXILE ON WALL STREET

Você está disposto a assumir riscos para atingir seus sonhos e ter retornos acima da média?

19 de agosto de 2022 - 13:50

Para Howard Marks, você não pode esperar retornos acima da média se você não fizer apostas ativas. Porém, se suas apostas ativas também estiverem erradas, seus retornos serão abaixo da média

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Qual é o mundo que nos aguarda logo à frente?

18 de agosto de 2022 - 11:45

O mercado inteiro fala de inflação, e com motivos; afinal, precisamos sobreviver aos problemas de curto prazo. Confira as lições e debates trazidos por John Keynes

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar