As mudanças no comando de uma empresa listada na bolsa sempre mexem com o mercado, e a notícia de que Heverton Peixoto deixará o cargo de CEO da Wiz (WIZS3) não passou batida pelos investidores.
As ações da empresa de corretagem de seguros reagem em forte queda de quase 15% no pregão desta segunda-feira na B3.
Peixoto deixará o cargo de diretor-presidente e de relações com investidores da Wiz em 15 de janeiro de 2023, após permanecer à frente da empresa por quase cinco anos.
À frente da Wiz, Peixoto enfrentou um enorme desafio que foi reduzir a dependência da empresa do balcão da Caixa Econômica Federal para a venda de seguros depois do fim do contrato com o banco público.
Com a saída dele, Marcus Vinícius de Oliveira, atual diretor financeiro (CFO) da Wiz, vai acumular as funções de CEO de forma interina.
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Wiz: avaliação do mercado
A saída inesperada do CEO da Wiz acontece em meio a uma nova aposta da companhia: foco na integração e operação das unidades de negócios (BUs) da empresa.
“Diante da importância de Peixoto para o sucesso recente da Wiz, entendemos que a saída dele é negativa”, escreveram os analistas do BTG Pactual em relatório.
Por isso, os analistas consideram que a escolha de um novo CEO é um “ponto de atenção” que deve ser monitorado de perto. Contudo, o banco manteve a recomendação de compra dos papéis WIZS3, com preço-alvo de R$ 7,77.
O BTG também destaca que a Caixa Seguridade ainda não vendeu a participação que detém na corretora. A saída do banco, que possui 25% das ações da Wiz, pode desencadear uma grande mudança na governança corporativa, transformando a empresa em uma corporação e melhorando o caso de investimento, de acordo com os analistas.
Seja como for, o BTG pondera que a Wiz enfrenta um ambiente macroeconômico mais difícil e, com várias contas a pagar de fusões e aquisições esperadas para os próximos trimestres, deve frear a busca por novos negócios.
Assim, a expectativa agora é que a empresa fortaleça a posição de caixa, seja por capital ou dívida, com os altos pagamentos de dividendos esperados e contas a pagar das aquisições recentes.