O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) segue comprometido com o seu projeto de desinvestimento e foi mais uma vez à bolsa para vender uma parcela relevante da sua fatia na JBS (JBS3).
O processo iniciou em dezembro e, desde então, o banco já realizou três operações de venda – a última delas nesta manhã.
Segundo a Agência Bovespa, mais de 20 milhões de ações da JSB foram vendidas em uma operação de block trade, com um valor de R$ 38,38 por papel, uma alta de 2% com relação ao fechamento de ontem. A operação, realizada no leilão de abertura, movimentou cerca de R$ 767 milhões.
Até agora, esse foi o menor bloco vendido pelo banco. Em dezembro, o BNDES levantou R$ 2,66 bilhões. Já em fevereiro deste ano, a quantia vendida totalizou R$ 1,9 bilhões. As ações da JBS reagiram de forma positiva e os papéis sobem mais de 2%, por volta das 13h. Acompanhe o mercado ao vivo.
O processo de desinvestimento deve continuar nos próximos meses e o banco segue detendo uma fatia relevante do capital da companhia – mais de 440 milhões de ações. Nos últimos 12 meses, os papéis da empresa de proteína acumulam alta de 19,97%, aproveitando o bom momento do mercado de carne bovina nos Estados Unidos.
Não são só as ações da JBS detidas pelo BNDES que estão na mira dos investidores. O mercado também aguarda ansioso a operação de venda de papéis da Petrobras (PETR4) que pode movimentar cerca de R$ 5 bilhões.
O que muda para a JBS?
Para uma parte dos analistas do mercado, a saída integral do BNDES do quadro de acionistas é positiva do ponto de vista da governança corporativa e deve trazer um movimento positivo para os papéis, como o já visto em outros desinvestimentos feitos pelo banco, como Vale (VALE3) e Suzano (SUZB3).
Mas esse processo não deve ser visto de uma hora para a outra. Mesmo após a operação realizada nesta manhã, o BNDES ainda tem mais de 440 milhões de ações para serem vendidas. O processo deve seguir sendo diluído ao longo de 2022.
Se a periodicidade que vem sendo empregada até o momento for mantida, o mercado deve ver uma operação a cada dois meses. Até lá, a expectativa é de que o mercado mantenha os papéis em patamares mais atrativos como ponto de entrada, à espera da movimentação do banco estatal. O final do processo pode destravar valor do ativo.
Marcio Lórega, gerente de research do Pagbank, explica que o BNDES não tem interesse de colocar todos os blocos de uma vez à venda e impactar negativamente o mercado, mas os investidores tiram o pé sabendo que essa diluição deve ocorrer ao longo do ano. O analista reforça que o movimento de lateralização do papel já vem sendo consolidado desde o quarto trimestre de 2021.