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Investidores ignoram inflação dos EUA e Ibovespa pega carona; dólar sobe e vai a R$ 4,68

Touro amarelo com investidor em cima dele em direção para o alto, representando um bull market do Ibovespa e da bolsa brasileira

Um beco sem saída. Foi assim que o presidente russo Vladimir Putin descreveu as negociações de paz que poderiam colocar um fim à guerra na Ucrânia e trazer alívio aos preços das commodities agrícolas, financeiras e energéticas. Como já virou rotina, o petróleo aproveitou para acelerar os ganhos. 

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Nos Estados Unidos, a inflação ao produtor subiu 1,4% em março, bem acima do esperado pelo mercado, marcando o segundo dia consecutivo de surpresa negativa na terra do Tio Sam. 

Com as commodities não mostrando sinais de enfraquecimento, a próxima reunião do Federal Reserve é cada vez mais temida pelo mercado financeiro. Isso sem falar no feriado de Páscoa que se aproxima, injetando uma cautela extra nos investidores antes da pausa. 

Mas nada disso foi o suficiente para segurar o apetite por risco dos investidores nesta quarta-feira (13). Depois das fortes perdas vistas ontem, o mercado financeiro decidiu olhar para o outro lado, absorvendo os bons números apresentados na largada da temporada de balanços em Wall Street. 

As bolsas em Nova York ganharam fôlego após o susto inicial com a inflação e tiveram ganhos expressivos. O Nasdaq avançou mais de 1%, enquanto o S&P 500 e o Dow Jones acumularam alta superior a 1% cada. 

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No Brasil, os investidores até tiveram dados positivos do varejo para digerir, e o petróleo deu fôlego para as petroleiras, mas a alta foi mais contida – e o pregão teve alta volatilidade. O Ibovespa encerrou a sessão com um avanço de 0,55%, aos 116.781 pontos. 

A volatilidade também esteve presente no câmbio e nos juros futuros, pesando a série de elementos disponíveis para análise. Enquanto os principais contratos de DI fecharam o dia sem uma direção única, o dólar à vista subiu 0,26%, a R$ 4,6887. 

CÓDIGONOME ULT  FEC 
DI1F23DI jan/2313,07%13,07%
DI1F25DI Jan/2512,02%11,96%
DI1F26DI Jan/2611,77%11,72%
DI1F27DI Jan/2711,71%11,68%

Sem descanso

Um dia após a inflação ao consumidor subir mais do que o esperado nos Estados Unidos, hoje foi a vez do indicador de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) surpreender o mercado. 

A inflação ao produtor subiu 1,4% em março ante fevereiro, enquanto a expectativa dos analistas era de 1,1%. 

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Os dados indicam que a inflação deve seguir se disseminando no país, já que a elevação dos preços deve ser repassada aos consumidores. 

O temor do mercado é que os números pressionem o Federal Reserve a endurecer ainda mais a sua política monetária e acelerar a alta dos juros. Ontem, a indicada à vice-presidência da instituição, Lael Brainard, apontou os riscos de uma inflação muito alta e culpou a guerra na Ucrânia pela pressão nos preços. 

Petróleo sobe mais um pouco

Ajudando no desempenho das empresas petroleiras, mas aumentando a pressão sobre as expectativas de inflação, o petróleo teve um novo dia de alta. 

A principal pressão seguem sendo a guerra na Ucrânia e a deterioração da economia russa, com a possibilidade de que novas sanções sejam adotadas contra a exportação das commodities energéticas da Rússia. 

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Mais cedo, o presidente Vladimir Putin voltou a mostrar ceticismo com a possibilidade de um cessar-fogo e um acordo de paz. Segundo ele, as negociações se encontram em um beco sem saída. 

O barril do Brent, utilizado como referência global na condução da política de preço dos combustíveis, subiu mais 3,96%, a US$ 108,78. 

Varejo voando?

Os dados do varejo de fevereiro surpreenderam e muito os analistas e economistas nesta manhã. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que as vendas do setor subiram 1,1% em fevereiro ante janeiro. A mediana das expectativas dos especialistas consultados pelo Projeções Broadcast era de 0,2%. 

A elevação dos juros e a persistência da inflação alta têm deixado o setor entre os piores desempenhos da bolsa. Com um resultado positivo, empresas como Americanas (AMER3), Natura (NTCO3) e Grupo Soma (SOMA3) se mantiveram em destaque ao longo de todo o dia. 

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Sobe e desce do Ibovespa

Segundo Marcio Lórega, gerente de research do PagBank, o dia volátil da bolsa abriu espaço para que qualquer notícia acabasse gerando fluxo de investidores.

No caso da Ultrapar, que liderou as altas do dia, o analista chamou a atenção para o anúncio de recompra de bônus de dívida com vencimentos para 2026 e 2029, o que mostra que a empresa tem caixa. “Essa antecipação é uma demonstração de força e resiliência”.

Já no caso da Eletrobras, os investidores continuam otimistas de que a privatização deve seguir sem grandes atrasos no cronograma.

Confira os principais destaques de hoje:

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CÓDIGONOMEVALORVARIAÇÃO
UGPA3Ultrapar ONR$ 14,714,03%
ELET6Eletrobras PNBR$ 42,543,81%
CMIG4Cemig PNR$ 15,393,43%
BEEF3Minerva ONR$ 13,613,26%
ELET3Eletrobras ONR$ 43,402,72%

Confira também as maiores quedas do dia:

CÓDIGONOMEVALORVARIAÇÃO
CVCB3CVC ONR$ 14,53-2,81%
ENBR3Energias do Brasil ONR$ 22,00-2,44%
HAPV3Hapvida ONR$ 10,39-2,35%
PCAR3GPA ONR$ 24,10-2,11%
MRFG3Marfrig ONR$ 20,35-1,93%
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