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Ibovespa tem leve alta e varejo sobe forte, mas deflação abaixo do esperado pressiona a curva de juros

inflação - perder dinheiro

Quanto mais a semana se encaminha para o final e o discurso de Jerome Powell no simpósio de Jackson Hole fica mais próximo, mais os investidores preferem segurar o fôlego e esperar uma melhor definição de cenário para continuar indo às compras. 

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Como nos últimos dias Nova York acumulou perdas, hoje a sessão foi de leve recuperação. O Dow Jones subiu 0,18%, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq avançaram 0,29% e 0,41%, respectivamente. 

No Brasil, o dia foi mais uma vez de grande volatilidade enquanto os analistas digeriam os dados da prévia da inflação, divulgados logo pela manhã — apesar do indicativo de deflação mensal, o número veio acima do esperado e mostrou tendências preocupantes para alguns setores da economia. 

O alívio na alta dos preços pode até ter impulsionado fortemente as ações dos setores de varejo e consumo, mas a curva de juros voltou a precificar uma nova atuação do Banco Central para conter a inflação. 

O Ibovespa chegou a subir quase 1% na máxima do dia, mas perdeu ímpeto ao longo do pregão, avançando apenas 0,04%, aos 112.897 pontos. O dólar à vista teve alta de 0,24%, a R$ 5,1112. Confira a movimentação do mercado de juros:

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CÓDIGONOME ULT  FEC 
DI1F23DI jan/2313,72%13,72%
DI1F24DI jan/2413,13%13,04%
DI1F25DI Jan/2512,00%11,85%
DI1F26DI Jan/2611,75%11,60%
DI1F27DI Jan/2711,72%11,56%

Desvendando a inflação

Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação, registrou uma queda de 0,73% em agosto.

Embora a prévia da inflação tenha apresentado o maior recuo desde o início da série histórica e boa parte dos investidores já deem como certo o fim do aperto monetário por parte do Banco Central brasileiro, alguns economistas ainda enxergam algumas tendências negativas e preocupantes na dinâmica de preços do país. 

Para Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital, o movimento das últimas leituras reflete o impacto de medidas legislativas nos preços administrados — o que impacta diretamente a queda do preço da energia elétrica e dos combustíveis —, e que, quando revertidos, devem voltar a pressionar os consumidores, já que não se trata de uma melhora sustentável. 

Para a economista, outros elementos do número divulgado nesta manhã também tiram força do processo de recuperação — como uma inflação acumulada nos últimos meses, ainda que seja um período de tradicional deflação sazonal, e a pressão internacional na composição de preços —, o que pode obrigar o Banco Central a repensar a sua política monetária. 

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Sobe e desce do Ibovespa

Com o noticiário corporativo agitado e uma perspectiva de melhora no campo macroeconômico, as ações dos setores de varejo e consumo andam tendo dias de ganhos expressivos na bolsa. E, nesta quarta-feira (24), a tendência não é diferente — principalmente após a prévia da inflação indicar que o aperto monetário começa a fazer efeito. 

É bem verdade que a redução foi menor do que a expectativa dos analistas, mas os investidores preferiram focar no impacto positivo que a interrupção do aperto monetário e uma reconstituição do poder de compra pode trazer para setores mais sensíveis da bolsa. Confira as maiores altas do dia:

CÓDIGONOMEVALORVAR
CVCB3CVC ONR$ 7,9610,86%
MGLU3Magazine Luiza ONR$ 4,487,95%
POSI3Positivo Tecnologia ONR$ 11,457,71%
NTCO3Natura ONR$ 15,907,65%
HAPV3Hapvida ONR$ 7,805,41%

Na ponta contrária, as ações de commodities — responsáveis pela valorização do Ibovespa nos últimos dias — acabaram sofrendo uma realização de lucros. Confira as maiores quedas do dia:

CÓDIGONOMEVALORVAR
IRBR3IRB ONR$ 2,01-5,19%
USIM5Usiminas PNAR$ 9,36-3,60%
SUZB3Suzano ONR$ 47,90-3,25%
VALE3Vale ONR$ 67,95-3,22%
LWSA3Locaweb ONR$ 10,08-2,70%
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