Site icon Seu Dinheiro

Esquenta dos mercados: Ibovespa digere eleição e nova configuração do Congresso; bolsas no exterior recuam à espera dos dados da semana

Homem prestes a tomar sal de frutas, bolsas reagem com indigestão às eleições; Iboespa reage às eleições e exterior cai hoje

O dia após Super Quarta é sempre difícil, e o investidor deve digerir o "momento certo" do tapering e ajustar a bolsa hoje

O cenário mais provável para os desdobramentos das eleições presidenciais aconteceu. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) se enfrentarão em um segundo turno — mas o acontecido surpreendeu alguns eleitores e o sentimento de espanto deve se refletir na bolsa local hoje.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Sendo bem sincero, parte da esquerda estava em um clima de “já ganhou” — afinal, as últimas pesquisas de intenção de voto apontavam chances de vitória de Lula já no primeiro turno.

Mas nem mesmo as pesquisas foram capazes de captar a migração de eleitores para o campo de Bolsonaro. O resultado da apuração do último domingo (02) surpreendeu até mesmo quem acompanhava os levantamentos: de projeções que variavam entre 33% e 35%, o atual presidente abocanhou 43,20% dos votos.

Agora, os candidatos se enfrentam em um duelo final no dia 30 de outubro, data do segundo turno. Até lá, ambos candidatos devem intensificar suas campanhas — e mais uma vez o futuro é incerto.

E onde se encaixa o investidor brasileiro nesse cenário?

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Bem, incerteza e bolsas são como água e óleo e preferem não se misturar. O investidor acompanhará o dia a dia dos candidatos, as propostas e corpo de ministros enquanto lida com um cenário externo de grande cautela. 

Em outras palavras, a volatilidade deve dominar o Ibovespa pelo menos pelo próximo mês, até a definição do cargo de presidente da República. 

Se o Ibovespa se descolou do exterior com um relativo otimismo em relação às eleições nas últimas semanas, a pressão sobre os negócios deve dominar e, sem ajuda lá de fora, a bolsa local não deve enfrentar bons dias. 

Os reflexos do alívio — ainda que temporário — das campanhas para o segundo turno foi refletido no EWZ, o fundo de índice (ETF, em inglês) que replica o desempenho do Ibovespa no exterior. O ativo deu um salto de 3% no pré-mercado em Nova York, mostrando que o invertidor gostou do resultado do primeiro turno.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Três pontos devem reforçar a volatilidade das bolsas globais nesta segunda-feira (03): a alta do petróleo, a virada de mês com ajuste de carteiras e a baixa liquidez com a ausência dos mercados chineses. 

Veja o que movimenta as bolsas, o dólar e o Ibovespa esta semana:

Um congresso mais conservador

Os cenários projetados para o segundo turno dão conta de uma vitória do ex-presidente Lula frente ao seu oponente, Bolsonaro — ainda que o público em geral tenha desconfiado dos institutos de pesquisas após os resultados de ontem, os levantamentos não só podem como devem ser levados em conta.

Entretanto, não é só o Palácio do Planalto que está em jogo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Acontece que a direita conseguiu fincar raízes no eleitorado brasileiro e praticamente dominou o Congresso e os estados. O partido de Bolsonaro, por exemplo, abocanhou 16% da Câmara e quase 25% do Senado. Se as projeções de segundo turno se confirmarem, o diálogo com políticos do campo político inverso do futuro presidente não será nada fácil.

Cenário número 1

O clima lembra um pouco o ano de 2016, quando a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) também enfrentava pontos de intransigência com o Congresso.

Diferentemente daquela época, o trunfo pode ser o capital político e a estima de Lula com seus pares na Câmara e no Senado — mas o apreço tem um preço no jogo político.

Cenário número 2

Outra possibilidade seria a manutenção de Jair Bolsonaro na cadeira do Planalto. Não é de hoje que o presidente mais sede do que ganha no Congresso e é visto como uma figura enfraquecida na política nacional frente aos seus pares — estamos falando do presidente da Câmara e seu respectivo no Senado. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Também pesa do lado negativo do presidente a falta de estima internacional, com pouco apoio de líderes de importantes economias e parceiros comerciais do Brasil. 

E por que isso importa?

Em resumo, um Congresso voltado para a direita e centro-direita não necessariamente carrega consigo a ideologia liberal esperada pelos eleitores mais engajados com a economia. 

A pauta de reformas e austeridade nas contas públicas deve ser levada pelos representantes do Executivo — entre eles, o próprio presidente — e debatida tentando equilibrar as forças entre os Poderes.

São muitos “se” para o investidor ter um panorama mais bem definido do que fazer até o momento. Resta esperar pela campanha, segundo turno e uma definição melhor da classe política para decidir o que fazer.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Bolsas no exterior hoje

Fora das confusões locais, os índices lá fora vivem seus próprios momentos de volatilidade. 

Começando pelas bolsas já fechadas na Ásia e no Pacífico, os índices registraram perdas no pregão desta segunda-feira, refletindo o fraco desempenho de Nova York da semana passada.

Vale ressaltar que a ausência de negócios na China nesta semana deixará a liquidez reduzida ao longo dos próximos dias, o que também tende a aumentar a volatilidade.

Já os investidores da Europa mantêm uma posição defensiva e as bolsas caem, na média, 1%. Os futuros de Nova York operam sem direção definida nas primeiras horas do dia. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Petróleo influencia os negócios

Chama a atenção a alta de mais de 3% no petróleo hoje. O barril do Brent, utilizado como referência internacional, é negociado a US$ 88,43.

Isso porque a Opep+ deve considerar na próxima quarta-feira (05) o maior corte de produção desde o início da pandemia, visando sustentar os preços da commodity. A medida, entretanto, pode pressionar o crescimento econômico global.

Segundo fontes ouvidas pelo Estadão Conteúdo, está sendo considerada a possibilidade de redução de mais de 1 milhão de barris por dia.

A tal recessão que tanto assusta

Preocupações com a desaceleração da economia global arrastaram os preços do petróleo para baixo em seu ritmo mais rápido desde que a pandemia de covid-19 começou no início de 2020, levando a Opep+ a considerar maneiras de sustentar o preço do petróleo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A partir daí, qualquer movimento da Opep + para aumentar os preços do petróleo pode pressionar ainda mais os consumidores ocidentais já prejudicados pelos altos custos de energia, além de ajudar a Rússia — um dos maiores produtores de energia do mundo — a encher seus cofres estatais enquanto trava uma guerra contra a Ucrânia.

Tudo isso em um contexto de recessão técnica na maior economia do planeta. O PIB dos Estados Unidos recuou por dois trimestres seguidos, confirmando as preocupações de que o país deve reduzir seu crescimento e levar consigo parte do desempenho econômico global. 

Emprego nos EUA movimenta bolsas

Por fim, na sexta-feira (07) serão publicados os dados de emprego nos Estados Unidos. O chamado payroll deve ser divulgado só no último dia da semana, mas ao longo dos próximos dias, algumas “parciais” devem dar pistas do resultado.

Isso porque a chamada “semana de emprego” conta com a publicação dos números dos relatórios Jolts de emprego (na terça-feira) e do ADP (na quarta-feira).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Bolsas na semana: agenda dos próximos dias

Segunda-feira (03)

Terça-feira (04)

Quarta-feira (05)

Quinta-feira (06)

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Sexta-feira (07)

Exit mobile version