Esquenta dos mercados: Bolsas no exterior deixam crise energética de lado e investidores buscam barganhas hoje; Ibovespa reage às falas de Campos Neto
Às vésperas do feriado local, a bolsa brasileira deve acompanhar o exterior, que vive momentos tensos entre Europa e Rússia
A tensão global envolvendo a crise energética permanece no radar dos investidores e seguirá como uma grande sombra sobre os negócios. Mesmo assim, as bolsas internacionais tentam emplacar recuperação nesta terça-feira (06).
A operadora russa de gás natural Gazprom informou que as operações do gasoduto Nord Stream 1 — que leva o produto para a Europa — não devem ser retomadas até que a Siemens Energy faça os reparos necessários. A Alemanha e boa parte do Velho Continente estão sem fornecimento de gás desde sexta-feira passada.
Apesar disso, países como Alemanha e França ainda possuem estoques significativos, o que não deve afetar a economia no curto e médio prazo. Porém, vale lembrar que a Rússia e o Ocidente seguem com uma relação tensa devido às sanções da guerra na Ucrânia. A liberação ou o corte do fornecimento de gás está atrelado a essas disputas, segundo analistas internacionais.
As bolsas da Ásia e Pacífico fecharam o pregão de hoje sem uma direção única. Diferentemente da Europa e dos futuros de Nova York, o noticiário local movimentou o dia dos investidores por lá.
A China prometeu uma nova rodada de estímulos no terceiro trimestre para conter os impactos dos sucessivos surtos de covid-19 na região. Ao mesmo tempo, o Banco do Povo da China (PBoC, em inglês) reduziu os juros para depósitos em moeda estrangeira devido à fraqueza do yuan frente aos seus pares internacionais.
Enquanto isso, as bolsas da Europa registram altas mais tímidas e acompanham os desdobramentos da briga pelo gás natural. Os futuros de Nova York também tentam sustentar leve alta hoje.
Na primeira sessão da semana, o Ibovespa fechou o dia em alta de 1,21%, aos 112.203 pontos. O dólar à vista caiu 0,59%, a R$ 5,1540.
Confira o que movimenta o dia das bolsas, do dólar e do Ibovespa hoje:
Bolsas acompanham o petróleo
Nem só de gás natural vive o mundo. Os investidores em bolsa ainda acompanham a nova dinâmica do petróleo após a Opep+ cortar a produção de barris para outubro, praticamente revertendo o aumento anunciado na reunião passada.
Assim, o preço do petróleo Brent, utilizado como referência internacional, passou a operar com volatilidade pela manhã. Por volta das 7h, a commodity recuava para os US$ 93,13, uma queda de 2,73%.
Vale ficar de olho nas ações das petroleiras nesta terça-feira.
Vai um serviço aí?
O exterior deve acompanhar hoje a leitura final dos índices de gerentes de compras (PMI, em inglês) dos Estados Unidos relativos ao setor de serviços.
O PMI é um índice que varia de zero a 100; com a atividade analisada acima de 50, há expansão e, abaixo desse nível, retração.
Um Brasil para o Ibovespa acompanhar
Se o cenário externo não conta com maiores indicadores para o dia, o doméstico também segue fraco nesse campo. Isso, no entanto, não quer dizer monotonia para o investidor. Muito pelo contrário.
Começando pelo que mexe diretamente com os negócios, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sinalizou que o Copom irá avaliar um “possível ajuste final” da Selic na próxima reunião do Comitê.
Os juros básicos seguem na casa dos 13,75% e o “ajuste final” poderia colocar a Selic na casa dos 14% na próxima reunião, de acordo com analistas do mercado.
Nada a comemorar
Mas por que o tom mais agressivo (hawkish) contra a inflação sendo que o IPCA vem registrando quedas nas últimas leituras?
Para Campos Neto, a batalha contra a alta de preços ainda não está ganha e “não é para comemorar”, apesar da melhora do índice. O chefe da autoridade monetária ainda afirmou que existe um efeito “residual” ainda não sentido nos preços e que é preciso cautela antes de aliviar o aperto monetário.
No campo eleitoral
Enquanto isso, o pleito presidencial de 2022 ocorre em paralelo à bolsa local. A mais recente pesquisa do Ipec (ex-Ibope) mostrou a manutenção dos 44% das intenções de voto no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a oscilação negativa do atual presidente Jair Bolsonaro (PL), com 31%.
Com isso, Lula vislumbra uma vitória no primeiro turno dentro da margem de erro da pesquisa de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Feriado nada parado
Por fim, manifestações políticas estão marcadas para o feriado da independência que acontece nesta quarta-feira (07). Os candidatos à presidência devem fazer uso eleitoral desse dia tenso.
A começar pelo fechamento da Esplanada dos Ministérios pela Polícia Militar do Distrito Federal na noite da última segunda-feira, a inteligência das forças de segurança do DF teme o risco de protestos de radicais por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.
De qualquer forma, os investidores devem manter um movimento defensivo antes do feriado. Vale ressaltar que amanhã, feriado de 7 de setembro, não haverá negociações na B3.
Bolsas hoje: agenda do dia
- FGV: Indicador Antecedente de Emprego em agosto (8h)
- França: OCDE divulga o CPI de julho do bloco (7h)
- Estados Unidos: Leitura final do PMI de serviços em agosto, medido pela S&P Global (10h45)
- Estados Unidos: Leitura final do PMI de serviços em agosto, medido pela ISM (10h45)
- Estados Unidos: Leitura final do PMI de serviços em agosto, medido pela S&P Global/JP Morgan (10h45)
Acionistas da Zamp (BKBR3) recusam-se a ceder a coroa do Burger King ao Mubadala; veja quem rejeitou a nova oferta
Detentores de 22,5% do capital da Zamp (BKBR3) já rechaçaram a nova investida do Mubadala, fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos
Inflação americana segue sendo o elefante na sala e Ibovespa cai abaixo dos 110 mil pontos; dólar vai a R$ 5,23
O Ibovespa acompanhou o mau humor das bolsas internacionais e segue no aguardo dos próximos passos do Fed
Esquenta dos mercados: Cautela prevalece e bolsas internacionais acompanham bateria de dados dos EUA hoje; Ibovespa aguarda prévia do PIB
As bolsas no exterior tentam emplacar alta, mas os ganhos são limitados pela cautela internacional
Wall Street se recupera, mas Ibovespa cai com varejo fraco; dólar vai a R$ 5,17
O Ibovespa não conseguiu acompanhar a recuperação das bolsas americanas. Isso porque dados do varejo e um desempenho negativo do setor de mineração e siderurgia pesaram sobre o índice.
Esquenta dos mercados: Depois de dia ‘sangrento’, bolsas internacionais ampliam quedas e NY busca reverter prejuízo; Ibovespa acompanha dados do varejo
Os futuros de Nova York são os únicos que tentam emplacar o tom positivo após registrarem quedas de até 5% no pregão de ontem
Inflação americana derruba Wall Street e Ibovespa cai mais de 2%; dólar vai a R$ 5,18 com pressão sobre o Fed
Com o Nasdaq em queda de 5% e demais índices em Wall Street repercutindo negativamente dados de inflação, o Ibovespa não conseguiu sustentar o apetite por risco
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais sobem em dia de inflação dos EUA; Ibovespa deve acompanhar cenário internacional e eleições
Com o CPI dos EUA como o grande driver do dia, a direção das bolsas após a divulgação dos dados deve se manter até o encerramento do pregão
CCR (CCRO3) já tem novos conselheiros e Roberto Setubal está entre eles — conheça a nova configuração da empresa
Além do novo conselho de administração, a Andrade Gutierrez informou a conclusão da venda da fatia de 14,86% do capital da CCR para a Itaúsa e a Votorantim
Expectativa por inflação mais branda nos Estados Unidos leva Ibovespa aos 113.406 pontos; dólar cai a R$ 5,09
O Ibovespa acompanhou a tendência internacional, mas depois de sustentar alta de mais de 1% ao longo de toda a sessão, o índice encerrou a sessão em alta
O Mubadala quer mesmo ser o novo rei do Burger King; fundo surpreende mercado e aumenta oferta pela Zamp (BKBR3)
Valor oferecido pelo fundo aumentou de R$ 7,55 para R$ 8,31 por ação da Zamp (BKBR3) — mercado não acreditava em oferta maior
Leia Também
Mais lidas
-
1
Acordo bilionário da Vale (VALE3): por que a mineradora pagou US$ 2,7 bilhões por 45% da Cemig GT que ainda não tinha
-
2
Após prejuízo bilionário, CEO da Casas Bahia está “confiante e animado” para 2024 — mas mercado não compra ideia e ação BHIA3 cai forte na B3
-
3
Ação do ex-dono do Grupo Pão de Açúcar desaba quase 50% na bolsa francesa em um único dia e vira “penny stock”