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Eleições 2022: Bolsa deve reagir bem ao resultado da eleição com equilíbrio entre Lula e Bolsonaro

Montagem sobre foto da Avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo, com placas identificando os candidatos Lula, à esquerda, e Bolsonaro, à direita | Ibovespa

Montagem com painéis do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-presidente Jair Bolsonaro na Avenida Faria Lima, em São Paulo

O resultado surpreendente do primeiro turno das eleições presidenciais — com a votação acima do esperado de Jair Bolsonaro (PL) na disputa contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — deve ser positivo para a bolsa e para os mercados. A visão é de analistas e gestores ouvidos na noite deste domingo pelo Seu Dinheiro

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Embora esperada, a disputa do segundo turno entre o ex-presidente e o atual ocupante do Palácio do Planalto deve forçar ambos os candidatos a uma maior moderação e a adotar um discurso ainda mais próximo ao centro.

Para Matheus Spiess, analista da Empiricus Investimentos, Lula segue como franco favorito, mas Bolsonaro chega competitivo ao segundo turno.

Desta forma, o petista terá de fazer mais acenos à centro-direita para liquidar a fatura no dia 30 de outubro, ainda mais depois do resultado das eleições para o Congresso e nos Estados. “As eleições foram boas para o Brasil, inclusive para a bolsa”, afirmou Spiess.

Estatais vão subir na bolsa?

Com o desempenho de Bolsonaro, o mercado deve colocar no preço uma possibilidade um pouco maior de reeleição do atual presidente.

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Nesse cenário, as ações das empresas estatais devem reagir positivamente ao resultado do primeiro turno, de acordo com um experiente gestor. É o caso, por exemplo de Petrobras (PETR4) e Banco do Brasil (BBAS3).

“Mesmo com uma vitória de Lula no segundo turno, a eleição de um Congresso mais à direita deve dificultar o andamento de pautas mais intervencionistas”, afirmou.

Na visão de Isabel Lemos, gestora de renda variável da Fator Administração de Recursos, o mercado não estava mesmo esperando que a disputa se resolvesse no primeiro turno, embora os investidores em geral esperem uma vitória de Lula.

Ela não acredita que o fato de Bolsonaro ter alcançado um resultado melhor do que o esperado faça muita diferença neste período de um mês que separa o primeiro do segundo turno. Embora possa haver volatilidade até lá em razão da corrida eleitoral, os fatores externos, neste momento, são muito mais impactantes para a bolsa.

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“Na nossa visão, a perspectiva para a bolsa brasileira é positiva independentemente de quem vença as eleições. Alguns segmentos e empresas devem se sair melhor ou pior dependendo de quem se eleger, mas também nada muito significativo”, diz a gestora.

Ela acredita, por exemplo, que os setores imobiliário e de educação privada podem se destacar caso Lula vença. Existe ainda a possibilidade de que a bolsa “destrave” se Bolsonaro levar, pelo fator surpresa. Mas que, de todo modo, não será nada muito brusco em relação ao que já está dado.

As chances de Lula e Bolsonaro nas eleições

Na visão do executivo de uma grande gestora independente de fundos, o erro das pesquisas e a grande votação da direita no Congresso foram as grandes surpresas do primeiro turno das eleições.

Para ele, Bolsonaro tem uma chance de virar o jogo contra Lula. Mas para isso precisa convencer Romeu Zema, governador reeleito de Minas Gerais, a apoiá-lo no segundo turno.

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Zema evitou vincular sua imagem à do presidente no primeiro turno. Mas recentemente o político do Novo afirmou que não apoia o PT caso a eleição fosse para o segundo turno.

Lula, do seu lado, deve buscar o apoio dos candidatos e dos partidos que derrotou no primeiro turno, como Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT). O resultado do primeiro turno mostra que o petista também precisa de diálogo com setores mais amplos da sociedade.

“Não basta apenas convencer o mercado, ele precisa neutralizar o discurso da pauta de costumes do Bolsonaro”, disse um gestor que deve ir de Lula no segundo turno.

As eleições devem se mostrar mais competitivas do que o inicialmente previsto pelas pesquisas, de acordo com Alberto Ramos, diretor de pesquisa macroeconômica para América Latina do Goldman Sachs. “Estamos destinados a um segundo turno competitivo e provavelmente também muito polarizado”, escreveu em relatório.

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