A deflação fez mais uma vítima entre os fundos imobiliários da B3: o Capitânia Securities II (CPTS11) distribuiu dividendos 19% menores em novembro, na comparação com o mês imediatamente anterior. O FII pagou R$ 0,85 por cota aos investidores, ou 109% do CDI, número abaixo da média de R$ 1,06 registrada no último ano.
O provento, apurado com base no resultado de outubro, foi afetado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A variação negativa da medida oficial da inflação brasileira entre julho e setembro impactou o desempenho da maior parte dos Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) que compõem o portfólio do fundo.
Mas, segundo informou a gestão do CPTS11 em relatório divulgado na última quarta-feira (23), o resultado "tende a se estabilizar nos próximos meses, dado o fim da deflação". Vale relembrar que o IPCA de outubro superou as expectativas do mercado com um avanço de 0,59% e há uma projeção de 0,45% para novembro.
Como o CPTS11 pretende estabilizar os dividendos
Além disso, a gestão conta com algumas ferramentas para maximizar os ganhos mesmo em períodos de inflação baixa. Uma delas é a carteira de FIIs, que manteve a boa performance após a forte alta dos fundos de tijolo nos últimos meses.
Outra estratégia é a de reciclar o portfólio de CRIs com foco em ativos high grade — ou seja, de menor risco de crédito.
Em outubro, por exemplo, o fundo realizou o desembolso de R$ 20 milhões do CRI Corporativo Grupo Mateus a IPCA + 7,39%. O percentual representa ganhos em relação à taxa de IPCA + 6,34% com a qual o título foi emitido em março deste ano.
Além disso, o CPTS11 adquiriu R$ 265 milhões em CRIs, a uma taxa média de IPCA + 6,76%. "Temos hoje um pipeline de transações acima com taxas entre IPCA + 7,5% e 8,50% que serão desembolsadas nos próximos meses", destaca o FII.