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China volta a fechar o cerco a produtores, e minério de ferro tomba 9%. O que isso significa para as ações brasileiras?

minério de ferro mineração

O mercado brasileiro acordou sob o impacto de uma notícia alarmante que pressiona o desempenho do Ibovespa nesta terça-feira (15). Não estamos falando das possibilidades de conflito entre Ucrânia e Rússia e sim da volta da fiscalização chinesa aos produtores de minério de ferro. 

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Nos últimos meses de 2021, uma série de medidas tomadas pelo governo da China fez com que o minério de ferro abandonasse suas máximas – na casa dos US$ 240 por tonelada – e voltasse ao patamar dos US$ 90. 

Com o valor elevado, o governo chinês passou a desconfiar de que o preço da commodity estaria sendo manipulado. O aviso serviu para uma redução intensa na produção de aço no gigante asiático e de gatilho para a queda expressiva do preço observada em seguida. 

Nos últimos meses, no entanto, com a situação mais estável e o minério de ferro em patamares mais baixos, a commodity se recuperou e voltou ao patamar dos US$ 140 por tonelada, colocando o governo chinês mais uma vez nos holofotes. 

Cotação do minério de ferro desde dezembro de 2020 Fonte: Necton

As autoridades voltaram a acusar os produtores de intervenção no mercado, após denúncias de que mineradoras estariam estocando produção para elevar a cotação.

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Rodrigo Barreto, analista da Necton Investimentos, explica que, dessa vez, a punição pode ser ainda mais forte, com uma sobretaxa para transações realizadas com contratos futuros já a partir de amanhã. 

Como resposta, o minério de ferro recuou 8,99%, a US$ 134,88 no porto de Qingdao, na China. As empresas do setor de mineração e siderurgia lideram as quedas do Ibovespa.

CÓDIGONOMEVALORVARIAÇÃO
CSNA3CSN ONR$ 26,48-4,54%
BRAP4Bradespar PNR$ 29,86-3,83%
USIM5Usiminas PNAR$ 15,20-3,06%
VALE3Vale ONR$ 88,77-3,06%

O que a queda do minério significa para as ações brasileiras?

Com a queda vertiginosa do minério de ferro nos últimos meses de 2021, as ações das mineradoras e siderúrgicas acompanharam o movimento. Então é normal que agora os investidores fiquem apreensivos.

Para se ter uma ideia, na última intervenção chinesa, a Vale (VALE3), empresa de maior peso do Ibovespa, recuou 26% desde o momento em que atingiu a casa dos R$ 120, isso mesmo após a recuperação vista em janeiro. 

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Para Rodrigo Barreto, analista de investimentos da Necton, as siderúrgicas e a própria Vale (VALE3) devem passar por uma correção forte nos preços caso a China mantenha a pressão sobre as cotações de minério, que pode voltar a tocar a faixa dos US$ 100 por tonelada.

Ele ressalta também que podemos ter algum equilíbrio tendo em vista o forte fluxo de entrada de recursos de investidores estrangeiros para a compra de blue chips na bolsa brasileira neste início de ano.

Em 2022, a história tem sido muito diferente do que vimos acontecer no ano passado.

Fluxo de capital estrangeiro para o Brasil nos últimos meses Fonte: Necton

Até o momento, mais de US$ 45,6 bilhões entraram na bolsa brasileira, quase metade de todo o volume visto em 2021. O fluxo em direção ao Brasil ocorre após a queda brusca no valor dos ativos de risco brasileiros vista no ano passado e com o mau momento atual das bolsas internacionais – ao contrário do que acontece em Wall Street, já vivemos a precificação de uma taxa de juros mais elevada. 

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Segundo Barreto, esse fluxo dos estrangeiros se dá em papéis com boa liquidez, como Petrobras, Vale e bancos, os grandes destaques do ano até momento.

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