Nem mesmo um sólido balanço do segundo trimestre e o anúncio de dividendos bilionários ajudam as ações da Gerdau (GGBR4) a escaparem da pressão do novo tombo do minério de ferro.
A queda de mais de 4% no preço da commodity pressiona todo o setor de mineração e siderurgia, mas a Gerdau fica com a lanterninha, com o pior desempenho do dia. Confira a nossa cobertura completa de mercados e também a lista completa dos piores desempenhos do dia:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VAR |
GGBR4 | Gerdau PN | R$ 23,60 | -3,28% |
GOAU4 | Metalúrgica Gerdau PN | R$ 9,93 | -2,46% |
VALE3 | Vale ON | R$ 68,56 | -2,41% |
BRAP4 | Bradespar PN | R$ 21,94 | -2,27% |
USIM5 | Usiminas PNA | R$ 8,26 | -2,13% |
Gerdau (GGBR4): A ressaca do balanço
O dia negativo para o setor acaba deixando em segundo plano a reação do mercado ao balanço do segundo trimestre da Gerdau (GGBR4) e da Gerdau Metalúrgica (GOAU4).
Nesta manhã, antes da abertura do mercado, a Gerdau anunciou o seu resultado trimestral com um lucro líquido ajustado de R$ 4,298 bilhões, uma alta de 27,6% ante o mesmo período do ano anterior. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês), foi de R$ 6,880 bilhões.
Para os analistas da XP Investimentos e da Ativa Investimentos, os números apresentados sustentam um resultado forte, impulsionado por um aumento das margens e o bom desempenho das operações da companhia nos Estados Unidos — sendo essa divisão o principal destaque do trimestre.
Com uma demanda maior do setor de construção não residencial, preços mais elevados de aço e um controle de custos eficiente, a Gerdau (GGBR4) apresentou uma margem EBITDA de 33,1% no trimestre e vendas com crescimento de 3% no comparativo com o trimestre anterior — na base anual, no entanto, o recuo foi de 2%. O EBITDA do braço norte-americano da companhia foi de R$ 2,8 bilhões, o que representa 42% do total.
Os analistas também citam como ponto positivo a capacidade de repasse de preços da companhia e visão positiva com base nos resultados e na boa execução dos programas de recompra e de remuneração aos acionistas — a empresa anunciou o pagamento de R$ 1,2 bilhão em dividendos.
Minério de ferro, o grande vilão
Apesar dos números, a queda de 4,49% do minério de ferro em Qingdao, na China, a US$ 109,07 por tonelada, pressiona os ativos de forma generalizada no pregão desta terça-feira (03).
O recuo está mais uma vez pautado na preocupação do mercado com a demanda futura para a commodity. Os investidores ainda têm esperança de que o governo chinês seguirá estimulando a economia e o setor de construção civil, mas o recuo do índice de gerente de compras do país (PMI, na sigla em inglês), dilui esse otimismo.
O indicador é um bom termômetro da atividade econômica e, segundo pesquisa da S&P global/Caixin Media, o PMI composto da China caiu para 54 em julho, mostrando sinais de desaquecimento, mesmo que ainda permaneça em patamar de crescimento.