O banco suíço UBS promoveu um duplo downgrade dos papéis da Vale, trocando a recomendação de "compra" por uma de "venda" na esteira da queda na cotação do minério de ferro nos mercados internacionais.
Além de rebaixarem a recomendação de "compra" para "venda" sem nem parar no "neutro", os analistas da instituição financeira também reduziram drasticamente - de US$ 22 para US$ 15 - o preço-alvo dos ADRs da mineradora brasileira negociados no exterior.
Os recibos de ações da Vale negociados em Nova York fecharam em US$ 16,72 na sessão de ontem. Hoje, depois de terem aberto em leve alta, as ações da Vale (VALE3) operavam em queda de mais de 1% na B3.
Queda do minério de ferro torna distribuição de dividendos menos atraente
Para o UBS, “a história dos dividendos da Vale torna-se muito menos atraente com o preço do minério de ferro abaixo dos US$ 100 por tonelada” precificados pela mineradora brasileira para o ano que vem.
O UBS estima que o minério de ferro terá um preço médio de US$ 89 por tonelada ao longo de 2022, caindo para a faixa de US$ 80 por tonelada em 2023.
Além disso, a Vale tem diante de si o aumento de estoques de minério de ferro pelo mundo, a elevação dos custos do frete e a redução da demanda chinesa por causa tanto do aumento de produção de aço quanto das minas do país asiático.
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Voltando à análise da UBS, ainda assim os analistas do banco consideram que a Vale mantém uma posição relativa de desempenho melhor do que a de concorrentes como a Rio Tinto e a Fortescue Metals.
Retorno de dividendos da Vale supera a Selic
Ontem à noite, a Vale anunciou a distribuição de R$ 40,2 bilhões em dividendos aos acionistas. O valor corresponde a R$ 8,108316476 por ação e a um retorno de dividendos (dividend yield) de 9,2%.
Para efeito de comparação, ainda que o Banco Central esteja no meio de um aperto monetário, a taxa Selic encontra-se em 5,25% ao ano e deve encerrar o ciclo em torno de 8%.