Raymundo Magliano Filho, ex-presidente da Bolsa de Valores brasileira, morreu nesta segunda-feira (11), aos 78 anos. O empresário, que sofria de asma, foi vítima da covid-19. Ele estava há 50 dias internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
Magliano Filho foi um dos pioneiros do mercado de capitais no Brasil. Nascido em 1942 e administrador de empresas de formação, o empresário começou a carreira atuando com seu pai e depois liderando a Magliano S.A Corretora de Câmbio e Valores Mobiliários - registrada como a corretora de número 0001 na Bolsa de Valores.
Ele foi vice-presidente da Bolsa de 1997 a 2000, depois presidente até 2008 - período de mudanças profundas na B3. Foi sob sua liderança que a então Bovespa abriu capital e se fundiu à BM&F para a criação da BM&FBOVESPA.
Magliano Filho atuou pela democratização e popularização do mercado de capitais por meio da educação financeira. Sob sua liderança, a bolsa lançou o Bovespa Vai até Você, em 2002, programa emblemático que atendeu 300 mil pessoas e realizou mais de 3 mil eventos.
Durante a presidência de Magliano Filho, o Novo Mercado, segmento de listagem com regras de governança ampliadas, também avançou. Foi durante sua gestão que a Bovespa se tornou a primeira Bolsa de Valores do mundo a aderir ao Pacto Global da ONU.
Em nota, a B3 disse que Magliano Filho liderava a bolsa na jornada pela transparência "muito antes de temas como governança e democratização do mercado financeiro se tornarem lugar comum nas falas das lideranças empresariais do nosso país ou de o papel social das empresas ser reconhecido como um valor que agrega aos resultados".