A lista de incorporadoras chinesas com problemas para honrar compromissos financeiros não para de crescer. Nesta sexta-feira (15) foi a vez da China Properties Group se juntar ao grupo e informar, em comunicado à Bolsa de Hong Kong, que não pagou o valor principal de uma emissão de notas seniores que vencia hoje.
A empresa deveria ter pago US$ 226 milhões aos credores. "Nenhum pagamento foi feito pela emissora na data de vencimento, o que constitui um evento de inadimplência nos termos da Escritura que constitui as Notas 2021", diz o comunicado.
Crise de liquidez
A emissão, realizada em 11 e 15 de outubro pela Cheergain Group, uma subsidiária da China Properties, tinha prazo de três anos e taxa de 15%.
Segundo a incorporadora, o não pagamento ocorreu por uma crise de liquidez provocada por uma "incompatibilidade de tempo", uma vez que a companhia não é capaz de financiar o valor pendente a credores enquanto não concluir a venda ou refinanciamento de alguns de seus ativos.
A China Properties disse que seguirá "considerando, explorando e trabalhando" por soluções para quitar seus débitos com credores. Entre as possibildiades analisadas, segundo a companhia, está o refinanciamento ou venda de algumas propriedades imobiliárias localizadas em Xangai e Chongqing, na China.
Por requisição da empresa, as negociações de sua ação na Bolsa de Hong Kong, suspensas em 1º de abril deste ano, seguirão da mesma forma. Aliás, mostramos no nosso Instagram a lista de incorporadoras chinesas que correm perigo e ameaçam o mercado.
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China se pronuncia sobre riscos do setor
Um pouco antes do anúncio de que mais uma incorporadora está com problemas, o gigante asiático enfim rompeu o silêncio e comentou a crise deflagrada pela Evergrande em meados de setembro.
Segundo um representante do Banco Popular da China, os riscos para o sistema financeiro advindos da incorporadora, que é a mais endividada do mundo, são “controláveis” e não devem se espalhar. O diretor do departamento de mercados financeiros Zou Lan reforçou que autoridades e governos locais trabalham para resolver a situação com base em “princípios orientados ao mercado e no Estado de direito”.
O banco central pediu ainda que instituições financeiras assegurem que a oferta de crédito ao setor permaneça “estável e ordenada”.
Apesar do que diz o representante do governo chinês, já é possível observar um efeito dominó entre as empresas do ramo. Além de Evergrande e China Properties, veja outras quatro companhias que correm perigo e ameaçam afundar o mercado imobiliário chinês.
*Com informações do Estadão Conteúdo e Business Insider