Os recentes ataques de hackers a empresas brasileiras — que teve a Renner (LREN3) como vítima mais recente — demonstraram que a digitalização acelerada das companhias não foi acompanhada de perto por avanços correspondentes em seus sistemas de segurança digital.
De olho nas oportunidades neste cenário, a empresa de cibersegurança ISH Tech não perdeu tempo e tornou público seus planos para uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) que pode impulsionar seu crescimento e desenvolvimento de soluções para o setor.
A companhia — que está no mercado há 25 anos — protocolou nesta sexta-feira (20) o pedido para abertura de capital na Comissão de Valores Imobiliários (CVM). Entre seus principais produtos estão serviços avançados de segurança cibernética destinados à proteção, sustentação e detecção de ameaças e respostas a incidentes e gestão de risco dos clientes.
De acordo com o prospecto preliminar, a ISH Tech planeja uma oferta mista — ou seja, com uma parcela primária destinada ao caixa da empresa e uma secundária para os quatro acionistas vendedores — a ser coordenada por XP, UBS-BB e BTG Pactual.
Quem é a ISH Tech
Com sede em Vitória, capital do Espírito Santo, a candidata à B3 é, segundo o documento, uma das maiores empresas do setor de cibersegurança do Brasil e da América Latina. Entre seus cerca de 500 clientes — com mais de 1 milhão de ativos gerenciados — estão:
- Varejistas;
- Fintechs;
- Instituições financeiras;
- Empresas do ramo de saúde
- Educação;
- Indústria;
- E, apesar de não ser o foco de seu trabalho, também presta serviços para o setor público.
De acordo com informações da Reuters, a lista de clientes da empresa inclui Itaú Unibanco, B3, Raízen e Grupo Pão de Açúcar.
E há potencial para mais. Conforme o relatório Valor1000, hoje a ISH Tech e suas futuras controladas atendem aproximadamente 8% do grupo das mil maiores companhias do Brasil, “sendo que o restante não está necessariamente atendido por soluções robustas de cibersegurança”.
Com os ataques cibernéticos recentes a essas grandes empresas — que incluem Rumo, Cyrela, Natura, Fleury, Embraer, Hapvida, Braskem e JBS, apenas no último ano — é grande o potencial para captação de novos clientes.
A infraestrutura da ISH para atender a demanda é composta por oito escritórios no Brasil e um na Flórida, Estados Unidos. Além disso, a empresa conta com 490 colaboradores especializados.
Com isso, nos últimos 12 meses, até junho de 2021, a companhia registrou receita líquida de R$ 257 milhões e lucro líquido de R$ 9,3 milhões no primeiro semestre do ano. O crescimento médio anual entre 2019 e 2020 foi superior a 43%, com mais de 85% das receitas recorrentes.
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Planos ambiciosos
A ISH Tech já tem uma meta traçada para os recursos levantados com a parcela primária do IPO: crescimento de forma orgânica e inorgânica — ou seja, via aquisições.
A primeira alternativa prevê investimentos nas áreas de marketing, vendas, infraestrutura e recursos humanos e um reforço para o capital de giro.
Além disso, a empresa também focará nas áreas de pesquisa e desenvolvimento para oferecer novos produtos e soluções. Uma maneira para isso é por meio do ISH Labs, centro de inovação tecnológica que visa desenvolver soluções de propriedade intelectual 100% detidas pela companhia e suas controladas.
Já em relação ao crescimento inorgânico, a ISH Tech já mapeou 600 alvos e voltou sua mira para cerca de 90 empresas já em estágio avançado de análise para negociação futura. O objetivo das aquisições é oferecer novas tecnologias e produtos em novas geografias e, ainda, aumentar a base de clientes e a sua capilaridade.