Às vezes nessa vida nós somos forçados a parar e repensar nossas posições sobre determinadas coisas e assuntos. Um distanciamento temporal ajuda a reorganizar as ideias e redescobrir temas que, em dado momento, paramos de dar valor.
Pode-se dizer que esta foi a postura que o Goldman Sachs adotou em relação à Totvs (TOTS3). Depois de ver a companhia registrar resultados decepcionantes entre 2015 e 2018, o banco entende que chegou o momento de rever a sua posição, graças à reestruturação que ela conduziu de maneira bem-sucedida de 2019 a 2020.
Considerando os ativos recém incorporados e a perspectiva de crescimento e rentabilidade, os analistas Diego Aragão, Vitor Tomita e João Dutra decidiram retomar a cobertura da companhia, recomendando a compra das ações, com um preço-alvo de R$ 40,00, um potencial de alta de 35% na comparação com os níveis atuais.
Para eles, a Totvs terá muito a ganhar com a transição do modelo de licenciamento de software para um de subscrição de serviços em computação em nuvem, porque torna os produtos mais acessíveis e baratos para pequenas e médias empresas.
Os analistas veem ainda ganhos da companhia com a divisão de serviços financeiros e produtos voltados para performance e gestão, com sistemas para auditoria de pontos operacionais considerados críticos.
O Goldman Sachs estima que a receita registrará um crescimento orgânico (desconsiderando efeitos de aquisições) de 12% a 15% entre 2021 e 2025, versus os 3% em média do período de 2015 a 2020. Para o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês), a projeção é de avanço de 24% a 27%, ante o intervalo de 14% a 23% do período anterior.
“Esperamos que a atenção dos investidores nos próximos 12 a 24 meses esteja concentrada em três áreas: a manutenção do crescimento e da expansão das ofertas de softwares para gestão, principal área da companhia; o aproveitamento das recentes aquisições para vendas de produtos mais caros e relacionados a seus consumidores; e o potencial de a Totvs fortalecer seu ecossistema via fusões e aquisições e novas parcerias de negócios”, diz trecho do relatório.