O marketplace de venda de itens usados Enjoei planeja ampliar acordos com grandes marcas, segundo o CEO da empresa, Tiê Lima. O executivo disse que, com isso, a ideia é aumentar o poder de consumo de moda.
A startup, que nasceu como blog e hoje vale cerca de R$ 3,1 bilhões, quer tornar a experiência de compra e venda de itens usados "menos pensada", de acordo com Lima. "Trazer as marcas para esse processo de cadeia de consumo pode ser algo gigantesco", disse em evento do Credit Suisse nesta terça-feira (26).
A Enjoei lançou recentemente uma vitrine especial de itens da C&A, com peças selecionadas como parte do acervo do Enjoei Pro - serviço pelo qual o usuário envia as peças para a empresa. Em troca, a Enjoei faz uma curadoria das peças, além de ficar responsável pelas fotos, publicação e logística de entrega após a venda.
Uma em cada duas
Para o CEO da empresa, a aproximação com as marcas deve ajudar a companhia a atingir a meta de ter uma a cada duas peças vendidas online passando pela Enjoei.
Lima lembra que a Enjoei passou por um estágio inicial, que era o de apresentar às pessoas a possibilidade de dar valor a um produto que ela tinha em casa.
"Depois passamos por um momento de ajuste da companhia em seus fundamentos. Num terceiro momento, aceleramos com os fundamentos estabelecidos", disse.
A abertura de capital faz parte dessa terceira etapa, segundo o CEO da Enjoei. A companhia movimentou R$ 1,1 bilhão no IPO (oferta pública inicial), com o plano de usar parte dos recursos para expandir a base de usuários. Desde então, as ações da Enjoei subiram 60%.
Para o sócio da gestora de venture capital Monashees, Marcelo Lima, a empresa tem um boa equipe, capacidade de entender mercado e de mudar o comportamento do consumidor. Segundo ele, tais qualidades também podem ser aplicadas à Méliuz, outra empresa de investimento da gestora que abriu capital recentemente.