A Câmara dos Deputados discute hoje (21) a Medida Provisória (MP) que viabiliza a privatização da Eletrobras. O texto-base foi aprovado pelo Senado na última quinta-feira (17) após a inclusão de novas emendas e, por isso, terá de passar novamente pelos deputados.
O início dos trabalhos na Casa animou os investidores e aumentou o apetite pelos papéis da estatal. Por volta das 16h30, as ações ELET3 subiam 2,81%, enquanto os ativos ELET6 avançavam 3,56%.
O governo corre contra o tempo: a MP, único item na pauta da sessão de hoje, perderá a validade às 24h da próxima terça-feira (22). Para impedir que o texto “caduque”, os parlamentares precisam analisar 28 inclusões feitas ao material aprovado pela Câmara em maio.
O líder da oposição na Casa, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), reforçou que a medida deve enfrentar forte polarização na votação. Molon classificou a proposta como "absurdo" e afirmou que "permaneceremos firmes para impedir" a MP. No mercado, porém, a ampla expectativa é pela aprovação da MP.
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Entenda a proposta
A MP autoriza o governo a diluir sua participação na estatal, hoje em torno de 60%, para 45%, por meio da oferta de novas ações no mercado. Analistas avaliam que a ação pode subir até 35%. Confira no post do nosso Instagram (aproveite e siga nossa página na rede social):
Enviado pelo governo em 23 de fevereiro, a proposta é uma das prioridades do Executivo e aposta da área econômica para ampliar investimentos da empresa, que atua no setor de geração e transmissão de energia elétrica.
Em seu relatório, Marcos Rogério aumentou a quantidade de energia de usinas térmicas a gás que a União será obrigada a contratar de 6 mil para 8 mil megawatts (MW). A proposta beneficia estados do Sudeste, que não estavam contemplados pelo texto da Câmara.
O dispositivo é um dos mais criticados pelos parlamentares contrários às propostas, já que prevê que as usinas devem estar localizadas mesmo em locais onde não há insumo ou infraestrutura.
Na prática, será necessário construir gasodutos bilionários, que poderão ser pagos pelos consumidores por meio das tarifas.
O texto do Senado ainda detalha a localização das térmicas. As regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste também serão atendidas. Para essas regiões, a entrega de energia deverá acontecer entre 2026 a 2028, com período de fornecimento de 15 anos.