Em meio a uma alta das ações de parte das varejistas de moda, o Grupo Soma confirmou que negocia uma combinação de negócios com a Shoulder, que vende roupas e acessórios femininos.
A Shoulder existe desde 1980, tem cerca de 70 lojas e operação concentrada no estado de São Paulo. Já o Soma tem mais de 280 lojas e oito marcas, incluindo Farm e Animale.
A empresa disse nesta sexta-feira (16) que as negociações com a Shoulder ainda estão em "fase preliminar e que não possui qualquer documento relativo à operação assinado".
O Soma abriu capital em junho do ano passado prometendo usar parte do valor movimentado, de R$ 1,8 bilhão, para aquisição de outras marcas. Recentemente, a varejista comprou a NV e a Lauf.
Nesta sexta, os papéis da companhia operaram no azul, mas desaceleraram no final da tarde, seguindo o mercado de modo geral. Por volta das 16h20, as ações da varejista (SOMA3) caiam 0,07%, a R$ 14,80. Desde o IPO, a empresa acumula alta de 34% na bolsa.
Em movimento
A conversa entre Soma e Shoulder neste momento ajuda a expor um rearranjo de forças no segmento de varejo em moda, combalido pela crise provocada pela pandemia de covid-19 — com baixa de demanda, ausência de crédito e desafios na digitalização.
Só nesta semana, a Arezzo propôs uma fusão com a Hering e a Renner confirmou que prepara uma oferta de ações.
No caso da Arezzo, a expectativa de parte do mercado, que levou a uma alta dos papéis, é de que as negociações entre as companhias continuem.
Já a Renner poderia usar o dinheiro captado em uma oferta para justamente comprar outras companhias — C&A e Marisa seriam os alvos mais óbvios.