Site icon Seu Dinheiro

Com clientes como Spotify e Uber, plataforma de pagamentos Ebanx caminha para IPO em Nova York

Wagner Ruiz, CRO e co-founder do EBANX

A caminho de uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla de inglês), o Ebanx monitora sete potenciais aquisições e busca talentos internacionais. Com 300 vagas abertas no "chão de fábrica", a fintech vê no mais recente aporte uma catapulta também para atrair executivos de renome.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A empresa de pagamentos com sede em Curitiba (PR) anunciou em junho um aporte de US$ 430 milhões da Advent International. Parte do investimento, US$ 30 milhões, está destinado a apoiar a abertura de capital da companhia nos Estados Unidos — mais provavelmente, na Nasdaq.

Segundo um dos fundadores da empresa e CRO (Chief Risk Officer) do Ebanx, Wagner Ruiz, a companhia está preparada para fazer o IPO no "melhor momento", mas em até 12 meses.

"A gente tem uma operação bastante globalizada e opera um ambiente de negócios que é difícil de explicar para o investidor [local]. Por isso, a gente entende que lá fora haveria uma facilidade maior de abrir capital", disse Ruiz em entrevista ao Seu Dinheiro.

"Acho que, acima de tudo, a empresa precisa estar em um bom grau bom para ir a público — e nós estamos. Depois você tem outras variáveis"

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Wagner Ruiz, co-fundador do Ebanx

Fundado em 2012, o Ebanx é dono de uma plataforma que processa pagamentos de compras internacionais (cross-border) para empresas na América Latina e América Central.

Por meio da plataforma, uma empresa pode vender em diversos países latino-americanos, na moeda local, e receber a liquidação dos pagamentos em dólares em qualquer lugar do mundo, sem a necessidade de entidade no país em que é feita a operação.

A mesma empresa pode vender localmente em outros países da América Latina e receber seu saldo no mercado interno, tudo em moeda local.

Na prática, quando você paga uma compra no AliExpress, Shopee, Uber, Airbnb ou Spotify, por exemplo, o Ebanx também fatura com a transação. Para o usuário comum, a operação dispensa a necessidade de o usuário ter de usar um cartão de crédito internacional.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A plataforma do Ebanx mira um mercado em franco crescimento. O mercado digital na América Latina (incluindo e-commerce, compras de produtos e serviços digitais, e compras no turismo) chegou a US$ 210 bilhões no ano passado, um avanço de 18%.

O responsável pelos investimentos da Advent na área de serviços financeiros na América Latina, Mario Malta, disse que o Ebanx é uma das empresas mais "impressionantes" que ele já conheceu.

"É o líder em um mercado em altíssimo crescimento, servindo clientes que estão entre as marcas que mais crescem no mundo, e os ajudando a vender com simplicidade, confiança e alto nível de aprovação de transações", disse.

Fechando a América Latina

O CRO do Ebanx conta que a empresa, desde 2015, avança para outros países como parte de uma estratégia de facilitar a operação dos principais clientes. "A ideia era cobrir tudo abaixo de México, tirando países como Cuba, em que não tem como operar".

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

"Um player global geralmente escolha uma plataforma [de pagamentos] por regiões", diz o executivo. "Ele não quer ter 10 prestadores de serviços para a mesma função".

Para chegar a outros países, o Ebanx montou uma equipe de expansão, que é responsável pelo primeiro contato com o novo mercado e por montar o time local.

"No primeiro país que a gente chegou, o México, levou nove meses para entender como tudo funcionava. Hoje, em três meses é possível implantar alguma solução em um novo mercado", conta Ruiz. "A grande diversão é que cada país é um universo paralelo, ainda que existam semelhanças".

A consolidação do mercado passa também por aquisições de outras empresas, segundo o executivo. "A gente está olhando seis ou sete empresas, inclusive no Brasil, sempre com a ideia de trazer mais volume para os três segmentos", diz o CRO.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Além da área de compras internacionais (cross-border), o Ebanx tem um segmento de pagamentos locais e um de produtos voltados ao consumidor final (que inclui uma conta de pagamentos digital).

Ruiz diz que com a pandemia, alguns clientes "sofreram bastante", enquanto os de áreas como e-commerce e bens digitais cresceram. Mas, segundo ele, os volumes de transações já registram uma normalização.

"De maneira geral houve uma digitalização absurda. Em países como o Peru, que estava mais atrasado nesse processo, o nível de digitalização foi impressionante: o e-commerce cresceu 450%", comenta o executivo.

Em 2020, o Ebanx processou mais de 145 milhões de transações, em uma alta anual de 38%, seguindo o mesmo rápido ritmo de crescimento dos últimos anos. "No geral, a gente conseguiu manter o crescimento que estava desenhado antes da pandemia", diz Ruiz. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Desde o ano anterior, a fintech é um considerada um "unicórnio", quando uma empresa é avaliada em mais de US$ 1 bilhão, depois de um aporte do fundo americano FTV Capital — que segue como sócio após o investimento mais recente da Advent.

Atração e retenção

Ruiz destaca que o investimento liderado pela Advent ajudará a atrair talentos e a encontrar "as pessoas certas". "Nossa atração e retenção de talentos já estava boa, mas dá para acelerar, especialmente na parte internacional".

O movimento, apoiado na reputação da gestora, seria uma continuidade a contratação de Alexandre Dinkelmann (ex-Totvs) para o cargo de Chief Financial Officer (CFO), feita no início deste ano.

Fora da área executiva, Ruiz reforça a percepção do mercado de que é mais difícil encontrar profissionais ligados a tecnologia. "Dois anos atrás a gente teve que montar um escritório em São Paulo para buscar pessoas", conta.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Hoje, o Ebanx tem cerca de mil funcionários, sendo que 20% é de fora do Brasil. Entre as 300 vagas abertas após o último aporte, 100 são para a área de tecnologia da empresa

Exit mobile version