A temporada de balanços do segundo trimestre para o varejo deve exibir um crescimento sólido dos resultados. Empresas tradicionais e farmácias são os segmentos mais proeminentes do período, disse a XP em relatório.
A avaliação da corretora sobre o setor é feita levando em conta uma reabertura maior da economia a partir de abril e o Dia das Mães, que teria beneficiado o varejo físico.
Nas contas da casa, Arezzo, Vivara, Assaí, d1000, Pague Menos e RaiaDrogasil podem apresentar os avanços mais expressivos do setor.
- Arezzo (ARZZ3): projeção de receita líquida de R$ 550 milhões (+256% A/A e + 40% vs. 2T19) "dada a recuperação econômica combinada a um sólido desempenho orgânico da Reserva", diz a XP.
O Ebitda da companhia no período seria de R$ 77 milhões, e o lucro líquido consolidado em R$ 41 milhões, ainda de acordo com a casa.
"Com relação à rentabilidade [da Arezzo], esperamos que a margem bruta permaneça em patamares sólidos, em 52,5%, em função da melhor gestão dos estoques e do impacto positivo da Reserva no mix da companhia".
Varejo alimentar com altos e baixos; Vivara avança
A XP fala em resultados mistos para o varejo alimentar, com números mais fracos para supermercados, enquanto o atacarejo deve se manter sólido "uma vez que os consumidores continuam comprando no canal".
- Assaí (ASAI3): vendas crescendo 22% A/A, "devido à sólida expansão de SSS (vendas mesmas lojas) em +10% A/A combinada à expansão/maturação de lojas, apesar da base de comparação difícil". Lucro líquido seria de R$ 281 milhões (+50% A/A).
"Ao contrário de outras empresas do setor, esperamos ver expansão na margem bruta para 16,5% (+3,0 p.p. A/A) com expansão da margem Ebitda ajustado de 0,9 p.p. A/A para 7,3%, devido à alavancagem operacional", diz a XP.
Para a Vivara, a lucratividade deve ser outro destaque positivo, "já que a margem bruta deve ficar estável em 67,5%, apesar do aumento nos custos das matérias-primas, enquanto o Ebitda ajustado (ex-IFRS) deve ficar em R$ 69 milhões", dizem os analistas.
- Vivara (VIVA3): projeção de receita líquida crescendo +147% A/A e +12% vs. 2T19 e de lucro líquido a R$ 56 milhões.
Em farmácias, reajustes dos preços entram na conta
Para o segmento de farmácias, a grande influência seria a o do reajuste de preços de medicamentos em 8%, na média, segundo os analistas Danniela Eiger, Thiago Suedt e Gustavo Senday.
O grupo acrescenta que as companhias deste segmento têm uma base fraca em relação à rentabilidade, dado que o aumento de preço do ano passado foi postergado para o terceiro trimestre.
- d1000 (DMVF3): Crescimento de +25% A/A da receita bruta, expansão de 1,4 p.p A/A da margem bruta e melhora da margem Ebitda devido à alavancagem operacional, projeta a XP.
A d1000 deve ter prejuízo líquido de R$ 5 milhões, impactado por efeitos fiscais, enquanto a geração de caixa deverá atingir um equilíbrio.
- Pague Menos (PGMN3): crescimento de vendas mesma lojas (SSS) de +19% A/A (+18% para lojas maduras), com a receita bruta avançando +17% A/A, diz a corretora.
Margem bruta da Pague Menos seria de 30,8% (+1,5 p.p A/A), enquanto a reestruturação interna e a alavancagem operacional devem elevar a margem Ebitda para 5,9% (+1,2 p.p A/A). A XP projeta lucro líquido de R$ 41 milhões.
- RaiaDrogasil (RADL3): crescimento de vendas mesmas lojas (SSS) de +20% A/A (+15% para lojas maduras) e de +29% para a receita bruta. A projeção é lucro líquido de R$ 209 milhões.
A XP fala em expansão de 0,7 p.p A/A da margem bruta da RD, com o ganho de estoque e o reajuste de preços mais que compensando a maior penetração do canal online. A margem Ebitda deve alcançar 7,8% (+2,9 p.p. A/A) devido à alavancagem operacional.
E o e-commerce?
Um dos maiores destaques da pandemia, o segmento de e-commerce deve apresentar resultados sólidos, apesar da forte base de comparação.
A XP fala em crescimento do canal online na base anual, mas desacelerando quando comparado aos trimestres anteriores.
Segundo os analistas da casa, a Via será o destaque positivo, principalmente devido à aceleração do crescimento do seu marketplace, enquanto Mosaico deve ser o destaque negativo por conta de "condições desafiadoras no trimestre".
- Via (VVAR3): Crescimento do GMV total de +50% A/A, impulsionado pelas lojas físicas (+117% A/A), que foram beneficiadas pela fraca base de comparação do segundo trimestre. Lucro líquido seria de R$ 73 milhões, positivamente impactado por efeitos fiscais não recorrentes.
"Apesar da forte base para o e-commerce, estimamos um crescimento do GMV de +21% A/A (vs. +123% no 1T21), fortalecido pela aceleração do marketplace (+65% A/A), enquanto o 1P (estoque próprio) deve desacelerar para +12% A/A".
A companhia continua expandindo seu marketplace através da adição de novos sellers e de incentivos comerciais, lembra a XP.
A expectativa é de uma margem bruta estável, enquanto a margem Ebitda ajustada deverá se expandir em 1,4 p.p. devido à alavancagem operacional.