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Open banking chega a última etapa e promete revolucionar a relação entre banco e correntista

Figuras de madeira representando pessoas interligadas | Descentralização

Protocolos descentralizados dão aos usuários a possibilidade de coordenar, comunitariamente, tomadas de decisão de forma transparente e contábil.

Apesar da adoção mais rápida do que em outros países, o open banking - sistema que permite o compartilhamento de dados bancários - ainda é pouco evidente no dia a dia dos brasileiros. 

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Às vésperas do lançamento da sua quarta e última fase, o open banking acumula mais de 1 milhão de autorizações de clientes para compartilhamento de seus dados bancários, segundo o Banco Central (BC). Um dos primeiros a "abrir o sistema financeiro" no mundo, o Reino Unido precisou de dois anos para alcançar essa marca - o Brasil conseguiu em quatro meses.

Nesta última etapa, que começa amanhã, será possível a troca de informações entre instituições financeiras sobre investimentos, seguros, previdência privada e câmbio. É o que se chama de open finance.

Em um primeiro momento, haverá apenas o compartilhamento dos produtos ofertados pelas instituições financeiras, incluindo taxas e condições, o que vai facilitar a comparação entre os serviços pelo cliente.

A partir de 31 de maio de 2022, o usuário também vai poder partilhar seus próprios dados de investimento, seguros, previdência privada e câmbio, se for do seu desejo.

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Isso vai permitir, por exemplo, que um banco X veja que a taxa de remuneração cobrada pelo banco Y de um determinado cliente está muito alta ou não dá o retorno adequado ao perfil, e ofereça a ele um plano mais vantajoso. 

"O modelo brasileiro de open banking envolve o maior escopo do mundo, incluindo desde o início da implementação de dados sobre crédito", diz o diretor de Regulação do BC, Otávio Dâmaso.

Devagar e sempre

Banco Central, bancos e fintechs defendem que o processo é uma "maratona" e os resultados serão percebidos pouco a pouco pela população. A expectativa é de que alguns efeitos já sejam sentidos no início do ano que vem.

Na avaliação do diretor de Inovação, Produtos e Serviços Bancários da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Leandro Vilain, os clientes já devem começar a usufruir de algumas facilidades para fazer pagamentos e transferências via Pix, o sistema de pagamento instantâneo também criado pelo BC.

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É provável que o cliente possa pagar uma compra em um e-commerce sem precisar entrar no aplicativo do banco, apertando apenas um botão. Ou, caso tenha conta em mais de uma instituição, vai poder fazer uma transferência de uma delas usando o saldo da outra, se, por exemplo, estiver no vermelho na primeira conta.

"Acho que é viável em dois meses, por meio de aplicativos de agregadores financeiros do próprio setor bancário, que vão permitir a consolidação de operações de mais de uma conta bancária. O banco A pode disponibilizar o agregador, em que o cliente poderá ver o extrato do banco A e o do banco B. Será ótimo principalmente para o microempresário, que tem muito trabalho nessa conciliação", explica Vilain.

Para em pé

Para essas transações funcionarem, porém, é preciso que as chamadas iniciadoras de pagamento, que podem ser instituições financeiras ou não financeiras autorizadas pelo BC, estejam em plena operação. 

A expectativa da Febraban é de que, na virada do ano, isso ocorra. Segundo o BC, já há iniciadores de pagamento autorizados e outros com pleito em análise pelo regulador.

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Após essa fase, no caso do e-commerce, será necessário cadastrar as lojas. 

"Devem estar disponíveis nos próximos meses para os clientes em alguns sites de comércio eletrônico e em transações dentro dos próprios bancos. Mas vai começar de forma pequena, iniciando, por exemplo, com um banco", diz Vilain.

"O open banking é como a chegada da internet. Na década de 80, ninguém sabia direito para que servia aquilo, mas sabia que tinha potencial. Hoje, 67% das transações bancárias são feitas no internet banking ou no celular. Pouco a pouco, os produtos com open banking vão começar a surgir", completa, ressaltando a preocupação dos bancos com os protocolos de segurança para proteger os dados dos clientes.

Da mesma forma, Rogerio Melfi, coordenador do Grupo de Trabalho de Open Banking da Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs), ressalta que as instituições financeiras já estão preparadas para fazer as movimentações de pagamento, mas é preciso esperar a "evolução natural do mercado" dos iniciadores de pagamento. "O open banking é uma maratona. Tem evoluído, conforme o crescente número de conexões."

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A iniciativa do BC, que pretende aumentar a competitividade no sistema financeiro, começou em fevereiro. De lá para cá, já são mais de 700 instituições participantes e 51 milhões de conexões, que são as "chamadas" entre as instituições participantes para troca de informações.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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