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Guedes afirma que reforma tributária não saiu em 2020 por exigências feitas pelos Estados

Guedes

O ex-ministro da Economia, Paulo Guedes

Após ser cobrado pelas associações setoriais da indústria por uma reforma tributária ampla - um dia depois de ter reafirmado que faria a reforma possível -, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quinta-feira que ela só não saiu no ano passado devido à exigência dos governos estaduais em obterem fundos bilionários de compensação.

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"A reforma tributária ampla é ideal, mas não às custas da União. Os Estados queriam tirar meio trilhão de reais. Eu resisti a entrar em uma reforma suicida, que quebraria a União", respondeu, em participação em evento realizado pela Coalizão Indústria.

"A União não se deixará assaltar, falamos isso aos governos estaduais", completou.

Para Guedes, a proposta de paridade entre União, Estados e municípios no controle das receitas é "patética".

"Seria um terço de assentos para municípios, um terço para Estados e um terço para a União. Ou seja, os governos regionais iriam controlar as receita da União. Isso é patético", acrescentou.

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Guedes deu também um recado para alguns empresários, dizendo que é preciso que eles entendam o momento crítico por qual passa o País, em função dos impactos da pandemia de covid-19 sobre a economia.

"Não é momento para renovação de crédito, pedida por algumas empresas", afirmou.

Guedes não se aprofundou sobre exatamente a que segmento de crédito se referia, mas voltou a repetir que o governo de Jair Bolsonaro não dará espaço para fomentar "campeões" de vários setores, numa clara crítica ao governo do PT.

Para o ministro, o momento agora é de tentar ajudar as empresas de vários segmentos e, principalmente, de vários tamanhos.

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Reindustrialização

O ministro ressaltou que a reindustrialização do Brasil é um dos objetivos do governo. Para Guedes, o ritmo de abertura da economia precisa respeitar o "patrimônio" do parque industrial nacional. "Somos liberais, mas não somos trouxas", afirmou.

Guedes disse que assistiu com "muita tristeza" a redução da participação da indústria no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro nas últimas décadas.

"A forma de uma indústria ficar viva era conseguir uma proteção em Brasília e dividir com seus sindicatos o butim contra a sociedade brasileira. Enquanto havia uma exploração do consumidor, a indústria foi esmagada de 35% para 11% do PIB, quando ainda poderíamos ter de 20% a 25% do PIB", completou.

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