Os financiamentos imobiliários para a compra e a construção de imóveis em 2020 somaram R$ 123,97 bilhões em 2020, crescimento de 57,5% na comparação com 2019, segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
O resultado foi o maior da história, superando o montante de R$ 112,9 bilhões visto em 2014. Os números consideram apenas os financiamentos com recursos originados nas cadernetas de poupança.
A expansão do crédito imobiliário em 2020 foi puxada, principalmente, pela liberação de financiamentos para a pessoa física fazer a compra de moradias.
O crédito para aquisição de imóveis subiu 60% em 2020 ante 2019, para R$ 93,9 bilhões. O montante foi o maior já registrado pelo setor. Deste total, R$ 66,5 bilhões foram para a compra de residências usadas, enquanto R$ 27,5 bilhões para novas unidades.
Já os empréstimos destinados à empresas, para a construção de empreendimentos, cresceram 50% no mesmo período e totalizaram R$ 30,1 bilhões.
O valor, entretanto, não foi um recorde para o setor, que atingiu o pico em 2011 (R$ 35,2 bilhões) e 2013 (R$ 32,2 bilhões), anos que são lembrados como "boom" da construção.
Caixa lidera
A Caixa Econômica Federal fez jus ao seu apelido de "banco da habitação" e liderou a concessão de financiamentos imobiliários no último ano. A estatal concedeu R$ 53,7 bilhões em empréstimos para a compra e a aquisição de moradias em 2019, 102% mais do que em 2019.
O montante também representa 43,3% do total de financiamentos concedidos no Brasil no último ano, considerando apenas a modalidade que adota recursos das cadernetas de poupança - principal linha do mercado. Ficam de fora da conta as operações com recursos do FGTS, onde a Caixa é, praticamente, a única instituição financeira a atuar.
O ritmo de liberação de crédito pela Caixa no último ano foi bem maior do que o visto entre os bancos privados, que fizeram bastante propaganda para divulgar reduções de taxas e novas opções de indexadores nos contratos.
O segundo no ranking do financiamentos imobiliário em 2020 foi o Bradesco, com R$ 24,5 bilhões em empréstimos, expansão de 37,6% ante 2019. Esse movimento lhe garantiu uma participação de mercado de 19,7%.
O terceiro lugar ficou com o Itaú Unibanco, com R$ 23,3 bilhões, expansão de 41% nos empréstimos. Sua fatia de mercado foi de 18,8%.
Na sequência vêm Santander (R$ 15,6 bilhões, alta de 26%) e Banco do Brasil (R$ 3,6 bilhões, alta de 6%).
A inadimplência no crédito imobiliário ficou em 1,6% em 2020. Apesar da crise econômica e pandemia, a inadimplência dos mutuários ficou dentro da faixa verificada na última década, quando oscilou entre 1,4% (2014 e 2018) e 2,1% (2010).
*Com Estadão Conteúdo