O mercado de crédito no Brasil sempre foi um indicador importante do quanto a economia está aquecida, e da confiança de consumidores e empresas. E segundo dados da entidade que reúne os grandes bancos que atuam no Brasil, a temperatura parece subir.
Segundo a Pesquisa Especial de Crédito da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), que antecipa os dados oficiais a serem divulgados pelo Banco Central na próxima segunda, 28, as concessões de empréstimos devem apresentar crescimento de 4,7% em maio, acumulando aumento de 6,9% nos últimos 12 meses.
No ajuste por dias úteis, o volume médio de concessões deve diminuir apenas 0,3% em relação a abril.
A Febraban avalia que a flexibilização das medidas de distanciamento deve seguir impulsionando o consumo das famílias, o que gera efeito positivo sobre o crédito livre.
Segundo a pesquisa, o volume de concessões para pessoas físicas deve crescer 7,2% em maio, com expansão tanto nas operações com recursos livres (6,8%) quanto com recursos direcionados (9,5%).
As concessões destinadas às empresas devem mostrar avanço de 1,9% no quinto mês do ano. Na média por dia útil, no entanto, o resultado deve ser uma retração de 3%, com queda em ambos os segmentos.
O maior impacto negativo deve vir das operações direcionadas (-13,2%), em função da interrupção dos programas públicos de crédito. As concessões com recursos livres, por sua vez, devem mostrar uma retração mais modesta, de 2,4%.
Também segundo a Pesquisa, o saldo total da carteira de crédito deverá apresentar crescimento de 1,1% em maio, representando o melhor resultado para o mês desde 2013, quando a alta foi de 1,6%.
Caso a estimativa seja confirmada pela Nota de Política Monetária e Operações de Crédito do Banco Central, o ritmo de expansão da carteira deve mostrar nova aceleração na comparação em 12 meses, de 15,1% para 15,9%,.
As projeções da Pesquisa Especial de Crédito da Febraban são feitas com base em dados consolidados dos principais bancos do país, que representam de 38% a 89% do saldo total do Sistema Financeiro Nacional, dependendo da linha, além de outras variáveis macroeconômicas que impactam o mercado de crédito.