O que está por trás da valorização de 500% do Dogecoin em uma semana?
O projeto levou várias pessoas a ficarem milionárias, mas pode fazer muita gente perder dinheiro daqui para frente
Você deve se lembrar do Dogecoin (DOGE), a criptomoeda nascida a partir de um meme que era a queridinha do bilionário Elon Musk. Pois bem: ela disparou mais de 500% nos últimos sete dias, criando, instantaneamente, diversos milionários do Dogecoin.
O valor da criptomoeda chegou a US$ 0,45, o que significa um valor de mercado de 48 bilhões de dólares. Para efeitos de comparação, a Petrobras vale cerca de US$ 53 bilhões.
O Dogecoin chegou a figurar entre as maiores criptomoedas do mercado, ultrapassando projetos considerados sólidos, como o Polkadot (DOT) e o Cardano (ADA). Mas o que está por trás dessa alta expressiva de um projeto que nasceu de uma brincadeira? É simples: um grupo mais ou menos organizado e a primavera das criptomoedas.
Efeito GameStop
É possível fazer um paralelo com a GameStop, que praticamente saiu da falência em poucos dias e mais que dobrou seu valor de mercado no período. Os responsáveis foram participantes do fórum Reddit, que não queriam ver a tradicional loja de games falir.
As “sardinhas”, como são chamados pequenos investidores, se juntaram para comprar as ações da GameStop e manter a loja viva. O movimento foi considerado uma manipulação de mercados e Keith Gill, um dos usuários da rede social Reddit que impulsionaram as ações da GameStop, teve que se explicar ao Tesouro americano.
O mesmo aconteceu com o preço do Dogecoin que foi fortemente influenciado pelos comentários de famosos desta semana.
Foi o caso do famoso chef de cozinha e apresentador de TV dos Estados Unidos Guy Fieri, que tuitou “Lançamento para a LUA #Dogecoin”, ou Mark Cuban, bilionário e proprietário do time de basquete Dallas Mavericks da NBA, que também deu sua contribuição para a alta da moeda por meio de sua conta no Twitter.
Na mesma direção, o próprio bilionário Elon Musk tuitou a seguinte frase na última quinta-feira (15):
A comunidade se une para manter o preço da criptomoeda nas alturas. Pela lei da oferta e demanda, quanto mais pessoas procuram, mais o Dogecoin se valoriza e assim por diante.
Mas nem tudo é ouro digital
Especialistas do mercado alertam para os riscos de se envolver em projetos de cripto por diversão. Muitas pessoas acreditam em investimentos do tipo e acabam perdendo dinheiro quando o preço da moeda despenca.
Assim como outros investimentos, é preciso avaliar se o projeto é sólido, tem futuro e é seguro. As criptomoedas não poderiam ser diferentes. Mesmo agora, em um momento chamado de altseason, esses investimentos devem ser vistos com cautela.
Altseason e o bom momento das criptos
Em primeiro lugar, as altcoins são todas as moedas alternativas ao Bitcoin. São uma forma de investir em criptomoedas, tendo em vista que a principal delas está com o preço de mais de US$ 61 mil.
E o momento de valorização do Bitcoin é como o fim do inverno para as demais criptomoedas do mercado, que crescem à sombra da maior. Esse momento é chamado de altseason, e influenciou no preço de diversos projetos, como Ethereum, que também bateu suas máximas históricas nos últimos dias.
Mas outros projetos menores também aproveitam esse momento para crescer. De acordo com o site Messario, existem criptoativos que já valorizaram acima de 100.000%. Isso pode chamar a atenção aos olhos, mas quando olhamos alguns números, elas ficam menos atraentes.
O que devo olhar antes de investir em um projeto?
Em vídeo, André Franco explica no que é preciso estar atento antes de começar a investir em criptomoedas. Mas aqui vai um pequeno resumo:
- Ficar de olho em quem está dentro do projeto
- Quem está gerindo o dinheiro e o que estão fazendo com ele
- Qual é o problema que aquela criptomoeda resolve
- Por que ela já subiu ou caiu tanto
- Quais são as perspectivas para aquele projeto
Tendo em mãos essas questões, você pode decidir se a cripto vale realmente o seu dinheiro ou se é só um projeto que, lá na frente, pode te trazer um grande prejuízo.
*Contribuíram com esta matéria Andre Franco, especialista em criptomoedas da Empiricus, Bernardo Teixeira, CEO da BitcoinTrade, corretora brasileira de criptomoedas e Beibei Liu, CEO da NovaDAX
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