Certa vez, combinei com uma amiga de encontrá-la em frente ao Edifício Martinelli para fazer uma visita guiada ao prédio — que já foi o mais alto da cidade de São Paulo.
Anoiteceu e ela não chegou a tempo do último tour. O plano, então, passou a ser escolher outro lugar para ir e uma coisa era certa: não iríamos ao entorno daquele edifício.
O Martinelli fica no “Centro tradicional” de São Paulo, região constituída durante a primeira industrialização, entre 1910 e 1940, mas que foi se deteriorando a partir dos anos 1970, com o deslocamento do consumo das elites para a região da avenida Paulista, entre outras.
Hoje, é comum ouvir que andar pelo centro é perigoso. Eu e minha amiga, recém-chegados em São Paulo, não queríamos pagar para ver se a máxima procedia.
O mercado financeiro tem papel decisivo nesse deslocamento tão intenso de sedes de grandes empresas e do consumo para outro ponto da cidade.
Desde os anos 1990, um veículo específico, inclusive, permite a uma pessoa comum obter retornos com essas escolhas do setor. Foi nessa época que surgiram os Fundos Imobiliários no Brasil.
Passados 30 anos, os FIIs seguem investindo em grande parte na cidade de São Paulo — mais especificamente em espaços corporativos, que se multiplicaram em bairros como Jardins, Pinheiros e Bela Vista.
Com a campanha de vacinação avançando, o mercado diz que parte dos fundos que apanharam durante a pandemia está barata.
Uma fonte com quem conversei citou Nova York como um exemplo do que ele esperava que acontecesse por aqui: em resumo, a vida voltará ao normal.
O otimismo vale para fora de São Paulo. O centro financeiro do país resumiria o que acontece com parte do mundo e o que ocorrerá com o todo o Brasil.
Mas a dinâmica sobre os fundos imobiliários vai para além disso, como fica claro na lista de melhores FIIs para investir em julho, segundo 10 corretoras. Você pode conferir os detalhes nesta matéria da Julia Wiltgen.
O Seu Dinheiro também contou quais são alguns dos FIIs preferidos do mercado para o segundo semestre neste texto, que faz parte de um especial sobre onde investir no período.
1 - Surfando na alta da Selic
Desde meados de 2019, quando a taxa Selic iniciou seu último ciclo de baixa, a renda fixa vinha perdendo atratividade e passando de queridinha dos investidores brasileiros a mal necessário na carteira.
Embora ainda houvesse oportunidades aqui e ali na renda fixa prefixada ou atrelada à inflação, em geral os retornos ficaram baixos, especialmente na renda fixa pós-fixada, aquela cuja rentabilidade é atrelada à Selic ou ao CDI.
Mas neste ano, com a recuperação da atividade, o cenário começou a mudar. No segundo semestre, as tônicas são, basicamente, se posicionar para surfar a alta da Selic e continuar se protegendo da inflação. Veja nesta matéria.
2 - Altos e baixos
Os primeiros seis meses do ano foram marcados por um otimismo sem igual com as criptomoedas. O bitcoin subiu até US$ 65 mil, com a listagem da Coinbase na bolsa americana e Elon Musk, CEO da Tesla, demonstrando entusiasmo com o ativo.
Mas o início das proibições da China contra os mineradores de criptomoeda mexeu de forma negativa com o mercado. Diante disso, o que dá para esperar dos ativos? O Renan Souza conta as perspectivas para as principais criptomoedas nesta matéria.
3 - Investindo lá fora
As empresas estrangeiras, sobretudo as americanas, têm perspectivas positivas para o segundo semestre.
O investidor comum pode ter papéis dessas companhias na carteira através dos BDRs, que são recibos de ações de empresas estrangeiras negociadas em bolsa.
Se você está pensando incluir empresas como Apple, GM, Amazon e Tesla na sua carteira, vale a leitura deste texto do Victor Aguiar, que conta o que o mercado espera para os BDRs nos próximos meses.
4 - Insights com os gigantes
A Anbima, associação das entidades do mercado financeiro, divulgou nesta semana o balanço da indústria de fundos no primeiro semestre. O documento traz ainda alguns insights interessantes para o investidor pessoa física.
Por exemplo, mesmo com o início do ciclo de alta de juros, os movimentos de internacionalização dos investimentos e de diversificação por outras classes de ativos, com a redução relativa da renda fixa, tiveram continuidade.
Confira os destaques do balanço nesta matéria.
5 - Enxugando o portfólio
O grupo IMC está prestes a dar início à venda das redes Olive Garden e Batata Inglesa, segundo apuração do Seu Dinheiro. Com esse movimento, a empresa finalmente começará o aguardado processo de enxugamento de seu portfólio.
Uma fonte revelou que as conversas envolvendo a Batata Inglesa estão mais avançadas — as propostas devem ser formalizadas nos próximos meses, com expectativa de fechamento da operação ainda em 2021. A rede possui 15 unidades, todas em shoppings do Rio de Janeiro.
Veja a estratégia da companhia neste texto.
Este artigo foi publicado primeiramente no "Seu Dinheiro no sábado". Para receber esse conteúdo no seu e-mail, cadastre-se gratuitamente neste link.