Se você é do tipo que se incomoda quando os gringos confundem Brasil com Argentina, acham que a gente fala espanhol e que latino-americano é tudo a mesma coisa, a forma como os grandes investidores de países desenvolvidos tratam o Brasil iria te deixar bem irritado.
Em que pese que países como Brasil, México, África do Sul, Rússia, Turquia, Índia e Vietnã, por exemplo, sejam bem diferentes uns dos outros, em vários sentidos, todos eles fazem parte de um grupo heterogêneo, com algumas características econômicas e institucionais comuns: o dos países emergentes.
O grupo dos emergentes é visto como um conjunto de países ainda não plenamente desenvolvidos, porém com grande potencial de crescimento. O problema é que eles também são mais arriscados, para o investidor, do que os países ricos e emissores de moedas fortes, que ditam os rumos da economia mundial.
Como os grandes investidores costumam colocar toda essa turma dentro do mesmo balaio, quando se acende um alerta vermelho ou amarelo num desses países, o efeito contágio para os demais é instantâneo. Por sinal, grandes crises já começaram desta maneira.
Quando o problema em questão tem alguma relação com a economia ou política de outros emergentes então, pior ainda. Contágio justificado. Neste fim de semana, vimos o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, destituir o presidente do Banco Central do país por ele ter subido o juro, preocupado com o avanço da inflação.
Presidente de viés autoritário, instituições nem sempre muito fortes e redução de estímulo monetário em razão de pressão inflacionária - questões que estão afetando diversos emergentes no momento, inclusive o Brasil.
Como resultado, vimos a lira turca despencar 17% contra o dólar na abertura do mercado local e uma certa contaminação do que aconteceu por lá pelos mercados emergentes do mundo.
Some-se a isso todas as preocupações domésticas e globais com a pandemia e temos a receita de uma queda do Ibovespa e alta do dólar no pregão de hoje, ainda que em intensidades inferiores ao que poderia ter sido.
A Jasmine Olga explica tudo que afetou as negociações desta segunda-feira na sua tradicional matéria de mercados.
MERCADOS
• A Cruzeiro do Sul Educacional, que estreou na bolsa em fevereiro, deve aproveitar a crise desencadeada pela covid-19 para crescer via aquisições, segundo analistas do BTG Pactual e do BofA. Veja as perspectivas dos dois bancos para as ações da companhia.
• E falando em novatas da bolsa, a XP Investimentos iniciou a cobertura de Westwing e Jalles Machado com recomendação de compra das ações. Conheça as perspectivas da corretora para as companhias.
ECONOMIA
• Mesmo após o Copom ter surpreendido a todos e elevado a Selic mais que o esperado na semana passada, os economistas continuam revisando para cima as projeções para a inflação no fim do ano. Entenda os motivos para o movimento nesta matéria.
• Um grupo de empresários lançou uma ofensiva junto a parlamentares para tentar destravar reformas e tornar viável um programa de renda básica. A frente conta com nomes como Luiza Trajano e Jorge Gerdau.
Este artigo foi publicado primeiramente no "Seu Dinheiro na sua noite". Para receber esse conteúdo no seu e-mail, cadastre-se gratuitamente neste link.