A Localiza (RENT3) é a maior locadora de veículos do Brasil — e uma das queridinhas dos investidores. Há anos, ela é uma das raras empresas que consegue aliar crescimento e rentabilidade; seus balanços mostram que as operações e finanças funcionam como um relógio preciso.
A Unidas (LOCAM3) não é exatamente uma novata nesse setor, mas ganhou escala de uns anos para cá, especialmente após a compra da Locamérica. Ainda está longe da Localiza, mas já conquistou um espaço de destaque e é uma das marcas de referência para os clientes.
A provável junção de Localiza e Unidas, portanto, alia o player mais tradicional e respeitado desse mercado a um competidor que vem crescendo trimestre após trimestre — uma equipe difícil de ser batida.
Só que, no mercado, é muito comum que 1 + 1 não seja igual a 2. A combinação entre as duas companhias não equivale à soma entre as bases de ativos de cada uma separadamente. Os ganhos são muito maiores.
Localiza e Unidas, no mesmo time, terão vantagens importantes: acesso a crédito, custos diluídos pela escala gigantesca da operação, maior poder de barganha na compra de veículos junto às montadoras. Isso tudo dará ao conglomerado a possibilidade de praticar preços mais competitivos na hora de alugar um carro.
É verdade que o Cade provavelmente vai exigir alguns remédios para dar sinal verde à operação — e que muitos estão estranhando a postura mais bondosa do órgão regulador em relação a um conglomerado com tanto poder.
Mas, independente disso: para os acionistas de Localiza e Unidas, as sinalizações positivas do Cade quanto à fusão são animadoras. Dos dois lados, há ganhos operacionais e estratégicos — e valor a ser destravado no mercado de ações.
Nosso colunista Ruy Hungria mergulhou nos números das empresas e detalhou os pontos positivos para Localiza e Unidas, mostrando os desdobramentos dessa transação para os investidores. Recomendo demais a leitura.
O que você precisa saber hoje
ESQUENTA DOS MERCADOS
Bolsonaro acalma crise entre poderes e pode animar Ibovespa hoje, em dia de vendas no varejo e exterior positivo após conversa entre EUA e China. A quinta-feira (09) foi marcada por uma harmonia geral do mundo. Joe Biden e Xi Jinping conversaram sobre a cooperação entre os países e Bolsonaro fez as pazes com Alexandre de Moraes.
CIMENTANDO O CAMINHO
CSN compra ativos da Holcim no Brasil por mais de R$ 1 bilhão. Acordo de compra e venda foi selado no fim da noite de ontem e anunciado no início da manhã de hoje. Operação está sujeita à aprovação do Cade.
VERBA EM USO
TC (TRAD3) compra Abalustre por R$ 6,7 milhões, em primeira aquisição após IPO; saiba mais. Aquisição marca a estreia do antigo TradersClub no segmento B2B, ou seja, de empresas que ofertam produtos para outras empresas.
PLANO EM PRÁTICA
Eletrobras enxuga portfólio com venda de participação na Norte Brasil por R$ 700 milhões. A operação é feita pela controlada da companhia Eletronorte e a Leovac Participações — da administradora canadense de pensões Ontario Teachers’ Pension Plan Board.
UM POUCO MAIS DE TEMPO
Latam pede prorrogação de prazo para negociação exclusiva com credores. A companhia aérea enfrenta um processo de recuperação judicial nos EUA.
NOVO ACORDO?
Vale (VALE3) propõe à Aneel pagamento de R$ 781 milhões por repasses de usina paralisada. A proposta prevê o acerto de todos os valores decorrentes da interrupção desde o acidente em Mariana, em novembro de 2015, até dezembro de 2022.