O avanço rápido e amplo da vacinação contra a covid-19 no Brasil tinha tudo para colocar o país na lista de Natal do sr. Mercado. Mas a intensa crise político-fiscal que se arrastou ao longo do ano abalou a imagem de “bom menino” dos ativos brasileiros.
A imunização mais lenta nos países desenvolvidos tem obrigado diversas regiões da Europa, Ásia e América do Norte a adotarem medidas mais rigorosas contra o coronavírus, voltando a impactar ainda mais as projeções econômicas para 2022.
No Brasil, onde a terceira dose já está sendo aplicada em boa parte da população adulta, os gastos públicos seguem sendo a preocupação majoritária. Tanto é que os ativos locais escaparam do presente de Natal antecipado que impulsionou as bolsas internacionais, ainda que o cenário não tenha mudado.
Sobrou espaço para um pouco de recuperação também para o Ibovespa, mas de forma bem mais modesta. As commodities se recuperarram e as bolsas americanas tiveram um dia de bonança —o S&P 500 subiu 1,78%, o Nasdaq avançou 2,40% e o Dow Jones teve alta de 1,60% —, mas as pressões fiscais limitaram os ganhos por aqui e o Ibovespa avançou apenas 0,46%, aos 105.500 pontos.
A apreciação e votação do Orçamento de 2022 trouxe turbulência ao cenário brasileiro, já que um aumento das despesas públicas maior do que o esperado poderia se tornar uma realidade em meio às conversas sobre um fundo eleitoral inflado, reajuste ao funcionalismo público e elevação do Auxílio Brasil.
O dólar à vista encerrou o dia em leve queda de 0,07%, a R$ 5,7388, mas passou boa parte do dia operando em alta mesmo após mais uma intervenção do Banco Central no câmbio, refletindo uma maior demanda sazonal. Já o mercado de juros voltou a operar em queda, no aguardo de novos dados de inflação.
Veja tudo o que movimentou os mercados nesta terça-feira, incluindo os principais destaques do noticiário corporativo e as ações com o melhor e o pior desempenho do Ibovespa.
Confira outras notícias que mexem com o seu dinheiro
CARRO VOADOR DECOLANDO
Eve vai aterrissar na bolsa de Nova York valendo quase o mesmo que a Embraer; EMBR3 dispara no Ibovespa. Acordo entre a empresa brasileira e a Zanite atribui à fabricante de ‘carros voadores’ um valor implícito de US$ 2,4 bilhões, ou R$ 13,73 bilhões.
VAI SAIR DA BOLSA?
Fertilizantes Heringer (FHER3) dispara após venda do controle da empresa. E agora, como ficam os acionistas minoritários? A EuroChem pagou R$ 20,00 por ação e comprou 51% da Fertilizantes Heringer (FHER3) — o que dispara o tag along e pode levar a uma OPA.
VENDA DE ATIVOS
Em busca de reposicionamento, Vale (VALE3) anuncia saída de negócios de carvão na África. Mineradora busca concentrar-se em suas principais unidades de negócios para tornar-se líder na mineração de baixo carbono.
NOVAS CONCESSÕES
Anac aprova edital da 7ª rodada de leilões de aeroportos, que inclui Congonhas e Santos Dumont. A documentação, agora, será analisada pelo TCU; o governo espera que o novo pacote seja levado ao mercado no 1º semestre de 2022.
CRIPTOMOEDAS HOJE
Bitcoin (BTC) volta a brilhar com a chegada do verão e encosta nos US$ 49 mil com uma alta de mais de 6%; demais criptos avançam até 14%. Há uma espera dos investidores por diversos cenários, entre eles o avanço da covid-19 a retirada de estímulos da economia americana.