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Hospedeiros à procura de ar: o investimento como um exercício de sobrevivência

"It is difficult to get a man to understand something when his salary depends upon his not understanding it."

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Upton Sinclair

A Empiricus desrespeita as boas regras de ergonomia.

Já fomos processados por isso, por sermos figuras tortas.

Ontem pela manhã, o Felipe escrevia com as costas em arco e os olhos mergulhados no monitor. É sempre assim.

Quando estamos escrevendo, geralmente mergulhamos e lá ficamos, nas profundezas de algum lugar confuso, sem respirar por um tempo.

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Um fiapo de luz

Então, se dermos sorte, enxergamos um fiapo de luz. Seguimos o caminho da luz e alcançamos a superfície.

Felipe bota a cabeça para fora antes de mergulhar uma vez mais, em busca da próxima frase.

Do nada, ele levanta a cabeça e me diz: "Me veio agora essa ideia, de repente, tomou conta de mim. Sabe como funciona? Quando uma ideia vem e toma conta de você, e você percebe aquilo como verdade?"

Não sei como funciona, acho que ninguém sabe, mas sei do que ele está falando.

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Somos encarnados por entes abstratos com vida própria, entes que só conseguem se manifestar concretamente se exercem o domínio de um corpo frágil, demasiadamente humano.

Somos hospedeiros

Os melhores investidores não são mais nem menos do que hospedeiros, e se reconhecem como tal.

Não existe preço-alvo, não existe análise fundamentalista, e muito menos análise técnica.

Só existe essa sensação, inexplicável, de perceber alguma coisa como verdade, que pouco tem a ver com dinheiro.

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Investir é perceber o futuro como verdade

Investir talvez seja a maior e mais ingênua demonstração de confiança que temos na vida e na humanidade.

Confiamos quase cegamente, pois, no decorrer do processo, não é possível saber se estamos fazendo a coisa certa.

Nem ao final do processo é possível saber com certeza.

Você vai lá, faz o investimento, bota a cabeça para fora.

Não é para enriquecer que os pulmões se enchem de ar.

É para sobreviver.

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