Formei-me como analista de ações do mercado brasileiro. Entrei no mercado em 2016 — e, de lá até meados deste ano, pequei uma sequência de pregões positivos, em um bull market inebriante.
Vejamos as valorizações do Ibovespa no período:
- 2016: +39%;
- 2017: +27%;
- 2018: +15%;
- 2019: +32%;
- 2020: +3%.
Pois 2021 tem sido um soco no estômago do analista de ações brasileiras. Até o fechamento da última sexta-feira (29), o Ibovespa caía 13% no ano. E não há sinais de melhora até, pelo menos, a eleição de 2022.
Seria o fim do Brasil novamente? Bem, sim e não.
Sim, porque a subida da inflação, dos juros e da incerteza fiscal tornam o cenário difícil para as empresas inseridas no cenário doméstico; não, porque temos um imenso rol de exportadoras na bolsa brasileira — e aqui reside nossa esperança até que a tempestade passe.
A proteção das exportadoras
Estou falando de empresas como a Natura (NTCO3), que tem mais da metade da sua receita vinda de fora da América Latina; como a WEG (WEGE3), que tem 55% da sua receita vinda de exportações de bens industriais; ou mesmo a Suzano (SUZB3) — esse, um caso clássico de anti-Brasil na bolsa brasileira —, com 100% da sua receita dolarizada.
No ano, essas três exportadoras ainda estão no campo negativo, mas suas correlações com o dólar são promissoras diante de um cenário doméstico incerto.
Temos, ainda, algumas das clássicas blue chips brasileiras: Petrobras (PETR3 e PETR4), exportadora de petróleo e com receita altamente correlacionada com o dólar, e Gerdau (GGBR4), exportadora de aço. No ano, essas duas sobem 5% e 18%, respectivamente (enquanto o Ibovespa cai 13%, lembremos).
Para os entusiastas de bolsa para o longo prazo, como é o caso da pessoa que vos fala, há alternativas além da moeda em si para se expor ao dólar: é hora de surfar a onda das exportadoras.
Um abraço,
Larissa