Os mercados internacionais amanheceram de bom humor, deixando de lado por um momento os riscos de uma pressão inflacionária em escala global. Mas, ao longo do dia, o cenário não se sustentou.
Em Wall Street, as bolsas americanas operam próximas da estabilidade, mostrando sinais de enfraquecimento. Os investidores seguem atentos aos movimentos (e pronunciamentos) do Federal Reserve e aos novos dados da economia americana, como os indicadores de confiança do consumidor.
Hoje foi a vez de Richard Clarida, vice-presidente da instituição, reforçar que o aumento de preços não passa de uma situação transitória e que se a inflação se mostrar persistente, o Fed tem como contê-la.
No Brasil, segue no radar a possibilidade de avanço da agenda de reformas, o que alivia a tensão gerada na véspera pela possibilidade de prorrogação ao auxílio emergencial. Mas a piora do humor no exterior afeta a bolsa brasileira.
Por aqui, o dia começou com expectativas renovadas para a possibilidade de um novo recorde, mas agora a queda se mostra mais pronunciada do que em Nova York. A razão para essa escorregada está mais uma vez no colo das commodities. Embora o minério de ferro tenha voltado a subir, o setor metálico recua. O mesmo ocorre com a Petrobras, que recua quase 2%.
Por volta das 16h, o Ibovespa operava em queda de 0,98%, aos 122.814,43 pontos. O dólar à vista subia 0,26%, a R$ 5,338.
Pela manhã, o mercado repercutiu os dados do IPCA-15, considerado a prévia da inflação oficial. O índice atingiu a marca de 7,27% nos últimos 12 meses, mas desacelerou quando comparado ao mês anterior. Em maio, o aumento foi de 0,44% ante 0,60% registrado em abril.
Com a inflação tirando o pé do acelerador, os investidores voltam a apostar em uma atuação mais moderada do Banco Central na próxima reunião de política monetária. O apetite por risco visto no exterior se soma aos acenos para o andamento das reformas feito pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, e alivia também o mercado de juros. Confira as taxas do dia:
- Janeiro/2022: de 5,04% para 4,99%
- Janeiro/2023: de 6,80% para 6,69%
- Janeiro/2025: de 8,27% para 8,17%
- Janeiro/2027: de 8,86% para 8,77%
Sobe e desce
O setor aéreo movimenta o Ibovespa na primeira etapa do pregão. O mercado repercute a notícia de que a Azul e a Latam decidiram encerrar o acordo de compartilhamento de voos, o que pode indicar uma retomada da demanda no setor.
No começo da tarde, a maior alta do dia fica com os papéis da Cielo.Confira as maiores altas do dia:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
CIEL3 | Cielo ON | R$ 3,96 | 4,21% |
YDUQ3 | Yduqs ON | R$ 31,62 | 4,18% |
PCAR3 | GPA ON | R$ 37,39 | 3,83% |
COGN3 | Cogna ON | R$ 4,05 | 3,58% |
AZUL4 | Azul PN | R$ 41,65 | 3,22% |
Depois de subir mais de 20% no pregão de ontem, o Banco Inter passa por uma realização dos lucros recentes. Confira também as maiores quedas do dia:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
BIDI11 | Banco Inter unit | R$ 213,40 | -4,43% |
CSAN3 | Cosan ON | R$ 22,17 | -1,55% |
RADL3 | Raia Drogasil ON | R$ 27,68 | -1,49% |
BBSE3 | BB Seguridade ON | R$ 23,31 | -1,19% |
B3SA3 | B3 ON | R$ 17,25 | -1,15% |