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Com um olho na China e outro no Fed, Ibovespa acompanha cautela global e recua 1%; dólar fica estável

Que o mercado financeiro não gosta de intervenções estatais em empresas privadas não chega a ser nenhuma novidade. A novidade talvez seja que pelo menos dessa vez o problema não se originou em Brasília.

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Os olhos do mundo estão voltados para a China após o país adotar uma série de restrições a empresas de tecnologia e educação privada. Com a incerteza do futuro, os mercados asiáticos sangram e contaminam o resto do globo. 

Mas não é só isso que alimenta a cautela global. Amanhã é dia de decisão de política monetária nos Estados Unidos e os investidores estão ansiosos para qualquer sinal de que mudanças estão a caminho. A variante delta do coronavírus também segue sendo uma pedra no sapato, aumentando o nível da incerteza global. 

Com o cenário desfavorável, o mercado americano aproveitou o dia cheio de balanços corporativos para se afastar dos níveis recordes e realizar parte do lucro. O índice VIX, considerado o índice do medo e o principal medidor de volatilidade, chegou a disparar mais de 14%. Com as grandes empresas de tecnologia divulgando os seus números após o fechamento, o Nasdaq recuou 1,21%. Já o S&P 500 e o Dow Jones tiveram queda de 0,47% e 0,24%, respectivamente. 

Assim, o Ibovespa operou em queda desde os primeiros momentos da sessão. Com as empresas de maior peso no índice se deteriorando ao longo da tarde, o principal índice da bolsa brasileira terminou o dia em queda de 1,10%, aos 124.612 pontos.  O dólar à vista andou de lado o dia inteiro, não se afastando da estabilidade. Ao fim do dia, a moeda americana teve leve avanço de 0,06%, a R$ 5,1775.

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No mercado de juros, a perspectiva de que o Banco Central atue de forma mais agressiva na próxima reunião para conter a escalada da inflação segue pressionando os principais vencimentos. No relatório Focus divulgado na última segunda-feira (26), os economistas não só elevaram a projeção do IPCA para 2021 como também para 2022.

A perspectiva para a Selic também subiu, precificando uma alta de, no mínimo, 1 ponto percentual na próxima reunião do Copom. Confira as taxas do dia:

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Negócio da China

Na manhã da última segunda-feira (26), o mundo se surpreendeu com a notícia de que o Gigante Asiático estava fechando o cerco contra um setor em expansão no país: o da educação privada. Com a retomada econômica, o número de escolas que oferecem cursos extracurriculares cresceu e tem impactado negativamente as economias das famílias chinesas. 

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Para evitar especulação e problemas mais graves, o governo central decidiu adotar uma série de medidas para restringir essas atividades. Mas as intervenções estatais não se limitam ao setor de educação. 

As empresas de tecnologia estão sob pressão, em um novo capítulo de uma "guerra fria” entre EUA e China. Enquanto os Estados Unidos acusam o governo de Pequim de não prover a segurança necessária para companhias situadas em Hong Kong, a China alega que os americanos não estão respeitando a soberania do país. 

Na manhã de ontem, o principal órgão regulador do país ordenou que gigantes do setor de tecnologia corrigissem práticas “anticompetitivas” e ameaças à segurança de dados. O ambiente de tensão levou os índices asiáticos a terem um segundo dia de queda firme. 

Sobe e desce

Com a cautela escalando ao longo da tarde, a temporada de balanços acabou ficando em segundo plano. Para Bruno Madruga, head de renda variável da Monte Bravo Investimentos, embora a perspectiva seja de bons resultados, boa parte desse otimismo já pode estar precificado nos papéis.

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Ainda assim, com poucos papéis subindo na tarde de hoje, os que se destacaram foram aqueles com perspectiva de bons números. A CPFL Energia e a Copel subiram pegando carona nos números animadores da EDP Energia. 

Já as ações do Santander e do Itaú se recuperaram na reta final, de olho nos números do banco espanhol, que devem ser divulgados amanhã pela manhã. Confira as maiores altas do dia:

CÓDIGONOMEVALORVARIAÇÃO
CPFE3CPFL Energia ONR$ 26,491,92%
SANB11Santander Brasil unitsR$ 41,371,03%
ITUB4Itaú Unibanco PNR$ 29,820,98%
CPLE6Copel PNR$ 6,080,83%
ITSA4Itaúsa PNR$ 11,260,72%

Com a variante delta ainda sendo uma incógnita para o mercado, as ações da CVC devolveram parte da alta recente, precificando maior dificuldade na reabertura econômica. Confira também as maiores quedas:

CÓDIGONOMEVALORVARIAÇÃO
CVCB3CVC ONR$ 22,84-5,54%
BIDI11Banco Inter unitR$ 76,22-4,49%
PRIO3PetroRio ONR$ 17,94-4,32%
LWSA3Locaweb ONR$ 26,10-4,15%
VVAR3Via Varejo ONR$ 13,19-4,00%

*Colaborou Renan Sousa

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