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Ibovespa reduz alta após recorde com NY de olho em ‘onda azul’ e dólar fecha em alta mesmo após BC

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O Ibovespa abrandou o seu ímpeto após atingir nova máxima histórica na sessão desta quarta-feira (6), em meio a um cenário positivo das bolsas americanas, apesar de tensão política.

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Protestos de apoiadores de Donald Trump no Capitólio, em Washington, fizeram a contagem eleitoral do Congresso americano para confirmar Joe Biden como presidente do país ser interrompida — os índices em Nova York apararam os ganhos.

Por volta das 17h40, o índice acionário marcava alta de 0,3%, para 119.690 pontos, o seu recorde intradiário, com um impulso das ações ligadas a commodities.

No radar dos investidores, continua a perspectiva de "onda azul", isto é, o predomínio dos democratas nas duas casas legislativas dos Estados Unidos, o que poderia favorecer a agenda do governo Joe Biden. Ao menos uma das duas cadeiras em disputa será do partido, segundo a apuração ainda em progresso do pleito.

Mais estímulos fiscais são prováveis em um contexto de democratas com a maioria no Congresso americano. De outro lado, uma maior regulamentação de "big techs" — por isso, aliás, a menor alta entre os índices americanos é do Nasdaq — também entra no horizonte, além de um aumento na carga tributária sobre as empresas.

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A ata do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) divulgada na tarde de hoje destacou o grande impacto da covid-19 nos EUA e no mundo e reparou mais uma vez níveis de emprego e atividade abaixo do período pré-pandemia.

As matérias-primas de qualquer modo dão o tom, com o minério de ferro negociado na China, por exemplo, subindo 0,5% hoje, puxando as ações de Vale e siderúrgicas.

As ações da Petrobras são destaque mais uma vez, avançando ao menos 1,1%, continuando os ganhos da véspera, quando subiram embaladas pelo corte surpresa na produção de petróleo pela Arábia Saudita.

Ações dos bancos também sobem, tentando se recuperar do ritmo lento com o qual iniciaram 2021 — Itaú PN lidera as altas no segmento — e são importante pressão de alta no índice.

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Na ponta negativa, ações do varejo se destacam e são as principais quedas, com B2W ON liderando a baixa do Ibovespa e tombo de Magazine Luiza ON, bem como baixa de Via Varejo ON — papéis repercutem o cenário de "onda azul" nos EUA que pode prejudicar as gigantes de tecnologia.

Dólar e juros sobem com estresse local

No mercado de câmbio, o dólar zerou a alta no meio da tarde e operava estável por volta das 16h, mas o alívio não se prolongou o suficiente: no fim do dia, os riscos locais suplantaram a atuação do Banco Central, que havia pesado no câmbio antes, e a moeda fechou subindo 0,8%, para R$ 5,3024.

O BC ofereceu, por volta das 15h, US$ 500 milhões em operação de swap cambial (venda de dólar no mercado futuro), fator que reduziu o ímpeto da divisa.

Ainda assim, agentes financeiros acompanham com especial atenção os desdobramentos e a resolução vindos da reunião ministerial convocada pelo Palácio do Planalto para 8h de hoje, que fez o ministro Paulo Guedes interromper as suas férias e que não constava da agenda oficial do presidente Jair Bolsonaro ontem à noite.

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A assessoria de imprensa do ministério da Economia informou, no entanto, que "oficialmente o ministro continua de férias" e que, "até o momento", não há informações sobre suspensão ou detalhes sobre a reunião.

Na terça (5), Bolsonaro disse a um grupo de apoiadores que "o Brasil está quebrado" e que ele "não pode fazer nada". Pela manhã de hoje, antes da primeira reunião ministerial do ano, o presidente disse que o "Brasil está uma maravilha".

Contra moedas de países emergentes pares do real, como peso mexicano e rublo russo, o dólar cai, indicando que fatores domésticos ainda pesam no comportamento da divisa americana contra o real hoje.

O lançamento do candidato Baleia Rossi, do MDB, à presidência da Câmara dos Deputados também é monitorado pelo mercado financeiro, depois que o PT, a maior sigla de oposição na casa, resolveu dar apoio ao deputado. Os apoiadores de Rossi somam 261 parlamentares.

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Para além disso, os protestos de apoiadores de Trump, que invadiram o capitólio, pesaram no sentimento de risco e deram algum fôlego a mais à moeda.

Os juros futuros dos depósitos interfinanceiros, por sua vez, marcaram um forte avanço, seguindo a tendência de alta dos juros dos títulos do Tesouro americano.

No caso dos títulos públicos dos EUA, com a propensão de democratas a proverem mais estímulos fiscais, o perfil da dívida americana se torna mais arriscada, o que estimula um avanço nessas taxas para atrair credores.

Os juros futuros locais se mantêm perto de suas máximas refletindo um maior risco fiscal e incertezas políticas. Neste momento, juros curtos, como os para janeiro/2023, avançam 8 pontos-base (quase 0,1 ponto percentual), se aproximando do pico de 10 pontos-base de antes.

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Juros mais longos dispararam com as incertezas no cenário político, que reacendem questões fiscais, caso das taxas de janeiro/2025 e janeiro/2027.

Veja os juros dos principais vencimentos:

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