Ao longo de toda a semana, as ações do Banco Inter têm sofrido forte queda, influenciada pelo cenário mais desafiador para as empresas de tecnologia e alguns rumores de mercado, com um recuo de mais de 25% no acumulado do período.
Questionada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre a forte oscilação de seus papéis, o banco Inter negou que existam "provisões extraordinárias" em seu próximo balanço como vinha sendo especulado.
A declaração da empresa não foi suficiente para segurar a queda dos papéis. O Inter decidiu então antecipar a divulgação da sua prévia operacional do terceiro trimestre para a próxima segunda-feira (04), antes da abertura do mercado.
A decisão animou o mercado e hoje tanto as units quanto às ações preferenciais do banco operam em forte alta. Por volta das 11h30, BIDI11 avançava 7,16%, a R$ 49,99, enquanto BIDI4 sobe 6,89%, a R$ 16,76.
Desafios para o Banco Inter
Com uma alta acumulada de mais de 50% no ano, o Banco Inter tem um cenário desafiador pela frente. Com a elevação da taxa básica de juros em todo o mundo, as empresas de tecnologia, ainda em crescimento, devem ver uma elevação na sua dívida de financiamento.
Um gestor ouvido pelo Seu Dinheiro lembra que o Inter naturalmente sofre mais do que seus pares do setor financeiro por ter uma carteira de crédito menos robusta.
Há alguns dias, circulam notícias de que Stone e Inter estariam negociando uma possível ampliação da parceria anunciada em maio — o que, eventualmente, poderia resultar numa fusão. Hoje, circulam comentários nas mesas de operação quanto a um possível entrave nas conversas, embora Inter e Stone não tenham emitido qualquer comunicação oficial.
Outro rumor que corre pelos corredores do mercado é de que a companhia estaria aumentando o provisionamento contra inadimplência em seu balanço do terceiro trimestre. Dada a forte oscilação dos papéis na terça-feira (28), o Inter foi questionado e negou, em comunicado, que existam fundamentos para a especulação.