Se ontem a leve recuperação do minério de ferro deu fôlego para que o Ibovespa escapasse de um resultado negativo, a terça-feira (28) segue uma toada diferente.
Desde o início do dia, o sentimento é de incerteza - tanto no Brasil quanto no exterior. Se no começo do pregão a alta do petróleo compensou em partes a queda do índice doméstico, uma nova rodada de desconfiança em torno da Petrobras levou o Ibovespa a operar nas mínimas do dia.
Com o Brent voltando ao patamar dos US$ 80 por barril, no sexto dia de alta consecutivo, a Petrobras reajustou os valores do diesel para o consumidor final. O presidente da Câmara, Arthur Lira, que já havia mostrado desconforto com a atual política há duas semanas e voltou a declarar o seu descontentamento nesta manhã, convocando uma reunião de Líderes para tratar do assunto.
Vale lembrar que a gasolina e o gás de cozinha não sofreram reajustes dessa vez e o presidente da estatal, Silva e Luna, deixou claro que a política de preços da companhia não irá mudar. Para Lira, "o Brasil não pode tolerar a gasolina a quase R$ 7 e o gás R$120.
Ainda no quadro doméstico, pesam também as preocupações com a saúde fiscal do país, já que circulam informações de que o governo pode optar por estender o auxílio emergencial. Lá fora, as duas maiores economias preocupam os investidores, cada uma à sua maneira, o que leva as bolsas em Wall Street a operarem em forte queda.
Por volta das 15h45, o Ibovespa recuava 2,91%, aos 110.319 pontos. O dólar à vista sobe 1,01%, a R$ 5,4318. Confira o pronunciamento do presidente da Câmara no Twitter.
- S&P 500: -1,06%
- Dow Jones: -1,47%
- Nasdaq: -2,02%
Frio na espinha
A China, maior parceiro comercial do Brasil, segue mostrando sinais de desaceleração da economia, o que reflete mais uma vez na queda forte do minério de ferro. Os problemas da incorporadora Evergrande, com sua dívida bilionária, também segue no radar.
Nos Estados Unidos, a preocupação é com a retirada dos estímulos monetários, que já começa a ser vista no horizonte de curto prazo. Hoje o mercado fica atento à particiação de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, no Congresso americano. Além disso, os democratas seguem tentando retirar o teto da dívida pública para evitar uma paralisação dos serviços federais em outubro.
O clima de cautela internacional se soma aos nossos demônios próprios. Em meio a nova alta do petróleo, a inflação deve seguir acelerando e obriga o Banco Central a ter um pulso mais firme. Na ata da última reunião, que elevou a Selic a 6,25% ao ano, o BC mostrou que não está fechado a aumentos maiores que 1 ponto percentual nos próximos encontros. Confira a reação do mercado de juros:
- Janeiro de 2022: de 7,16% para 7,20%.
- Janeiro de 2023: de 9,06% para 9,23%
- Janeiro de 2025: de 10,17% para 10,34%
- Janeiro de 2027: de 10,58% para 10,74%
Sobe e desce do Ibovespa
Confira as maiores altas do Ibovespa:
CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
BEEF3 | Minerva ON | R$ 10,39 | 0,87% |
BBSE3 | BB Seguridade ON | R$ 20,42 | 0,84% |
BRFS3 | BRF ON | R$ 26,42 | 0,53% |
BRKM5 | Braskem PNA | R$ 57,76 | 0,50% |
BBDC4 | Bradesco PN | R$ 20,97 | 0,48% |
Confira também as maiores quedas:
CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
BIDI11 | Banco Inter unit | R$ 52,33 | -10,87% |
BIDI4 | Banco Inter PN | R$ 17,61 | -10,06% |
CASH3 | Meliuz ON | R$ 6,11 | -7,28% |
PETZ3 | Petz ON | R$ 24,05 | -6,78% |
BPAN4 | Banco Pan PN | R$ 16,15 | -6,76% |