Os segredos da bolsa: saiba como desarmar as bombas antes que elas explodam seus investimentos
Tanto no Brasil quanto no exterior, há uma série de fatores com potencial bombástico para os investimentos em bolsa. Veja aqui como se proteger
Os investidores do mercado de ações têm um campo minado adiante. Seja no cenário político doméstico, na agenda econômica global ou no front do coronavírus: há diversos fatores explosivos e com potencial para afetar fortemente as bolsas — e é melhor saber como desarmar cada uma dessas bombas e não sair por aí pisando em falso.
A primeira banana de dinamite está instalada no Congresso. Deve ser votado na Câmara nesta segunda-feira (13) o projeto de ajuda a Estados e municípios — um texto que, se aprovado, causará enorme estrago nos cofres públicos.
De acordo com as contas do governo, a 'bomba fiscal' que será votada pelos deputados pode custar até R$ 222 bilhões, dependendo das medidas que serão incorporadas à pauta — o projeto está sendo usado pela Câmara para incorporar propostas de ajuda financeira aos Estados e municípios, em meio à crise do coronavírus.
A grande questão é que o texto não inclui contrapartidas e medidas de ajuste fiscal por parte dos governantes — daí o caráter bombástico da pauta. E é claro que um rombo fiscal tende a reduzir a confiança dos investidores e a tirar força da economia, o que, em última instância, se traduz em pressão de baixa ao mercado de ações.
Mas esse explosivo pode não ser detonado. O governo vai encaminhar uma proposta de acordo para transferir até R$ 40 bilhões em recursos diretos para os Estados e municípios — e esse 'contraprojeto' irá direto às mãos das lideranças dos partidos, de modo a esvaziar a votação da pauta bomba.
Em troca, o governador e prefeito que receber o dinheiro federal terá de suspender por dois anos os reajustes salariais dos seus servidores públicos. Trata-se de um explosão no orçamento, é verdade, mas uma explosão controlada.
O resumo da ópera é: fique atento ao noticiário político nesta segunda-feira, especialmente às movimentações de bastidores das lideranças na Câmara e no Senado. Sinais de que a proposta do governo será aceita tendem a ser comemorados pelos investidores; caso contrário, a tendência é de mais um dia de fortes emoções na bolsa.
Barril de pólvora
E falando em potencial explosivo: a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) finalmente bateu o martelo e decidiu cortar a produção da commodity em 9,7 milhões de barris ao dia, por dois meses, a partir de 1º de maio.
O desfecho da reunião aumenta o ânimo dos investidores quanto a um desfecho amigável para a guerra de preços entre Arábia Saudita e Rússia, iniciada em março. E, de fato, a reação dos mercados foi positiva: tanto o Brent quanto o WTI abriram em alta neste domingo (12).
Só que a commodity não disparou, como alguns supunham. Ocorre que, por mais que o pavio do barril de pólvora do petróleo tenha sido apagado, muitos países fizeram estoques do produto, prevendo meses duros pela frente. Assim, por mais que o corte seja positivo, ele não deve implicar em saltos fortes nas cotações do curto prazo.
De qualquer maneira, fique atento às ações da Petrobras: por mais que a recuperação do petróleo seja tímida, ela ajuda a dar força aos papéis da estatal, que sofreram um baque importante com o colapso da commodity ao longo do mês passado.
Na outra ponta, não descuide dos ativos das companhias aéreas, como Gol e Azul. O preço do combustível das aeronaves depende da cotação do petróleo — assim, a alta na commodity implica em gastos extra para essas empresas, que já estão numa situação delicada por causa da baixa na demanda de passageiros em meio à crise do coronavírus.
Bomba-relógio
Dito tudo isso, não pense que o tic-tac do surto de coronavírus deixou de influenciar os mercados. Pelo contrário: as informações mais recentes mantém os investidores estressados e podem azedar as negociações nos próximos dias.
Segundo levantamento feito pela universidade americana Johns Hopkins, quase 1,9 milhão de pessoas já foram contaminadas no mundo todo, com 114 mil mortes — os Estados Unidos, com mais de 21 mil óbitos, agora são o país com o maior número de casos fatais. No Brasil, já são mais de 22 mil infectados e 1,2 mil mortos.
Por mais que a situação em Nova York esteja começando a se estabilizar, o avanço da doença pelos Estados Unidos inspira cautela aos investidores — e, de fato, os futuros dos índices acionários americanos operavam em baixa na noite de domingo, mostrando o desconforto dos agentes financeiros.
Minas subterrâneas
Além de tudo, os investidores em bolsa ainda precisarão lidar com a agenda de dados econômicos. Nos próximos dias, há uma série de números referentes a março, especialmente no exterior — informações plantadas no passado, em meio ao surto de coronavírus, mas que vão explodir apenas agora.
Resta saber se a explosão será catastrófica ou apenas um leve estrondo. Veja abaixo os principais dados a serem conhecidos na semana:
- Terça-feira (14)
- China: balança comercial em março
- Quarta-feira (15)
- EUA: vendas no varejo e produção industrial em março
- Quinta-feira (16)
- Zona do euro: produção industrial em fevereiro
- EUA: construções de moradias iniciadas em março
- China: produção industrial e vendas no varejo em março
- Sexta-feira (17)
- EUA: inflação em março
O destaque, novamente, fica com a agenda nos Estados Unidos: dada a importância da economia americana no contexto global e a situação particularmente preocupante do surto por lá, é importante ter uma dimensão exata do estrago que o coronavírus causou à atividade no país.
No Brasil, há apenas um dado relevante a ser revelado nesta semana: o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) referente a fevereiro, com divulgação prevista para terça-feira (14).
Trata-se de uma informação defasada e que ainda não captura os efeitos da crise da Covid-19 na economia brasileira. De qualquer maneira, é um dado que servirá para mostrar o estado da atividade doméstica antes do surto — e que tem capacidade de melhorar ou piorar o humor dos investidores.
Caixa Seguridade (CXSE3) pode pagar mais R$ 230 milhões em dividendos após venda de subsidiárias, diz BofA
Analistas acreditam que recursos advindos do desinvestimento serão destinados aos acionistas; companhia tem pelo menos mais duas vendas de participações à vista
Gradiente (IGBR3) chega a disparar 47%, mas os acionistas têm um dilema: fechar o capital ou crer na vitória contra a Apple?
O controlador da IGB/Gradiente (IGBR3) quer fazer uma OPA para fechar o capital da empresa. Entenda o que está em jogo na operação
O Mubadala quer mesmo ser o novo rei do Burger King; fundo surpreende mercado e aumenta oferta pela Zamp (BKBR3)
Valor oferecido pelo fundo aumentou de R$ 7,55 para R$ 8,31 por ação da Zamp (BKBR3) — mercado não acreditava em oferta maior
Magalu (MGLU3) cotação: ação está no fundo do poço ou ainda é possível cair mais? 5 pontos definem o futuro da ação
Papel já alcançou máxima de R$ 27 há cerca de dois anos, mas hoje é negociado perto dos R$ 4. Hoje, existem apenas 5 fatores que você deve olhar para ver se a ação está em ponto de compra ou venda
Com olhos no mercado de saúde animal, Mitsui paga R$ 344 milhões por fatias do BNDES e Opportunity na Ourofino (OFSA3)
Após a conclusão, participação da companhia japonesa na Ourofino (OFSA3) será de 29,4%
Quer ter um Porsche novinho? Pois então aperte os cintos: a Volkswagen quer fazer o IPO da montadora de carros esportivos
Abertura de capital da Porsche deve acontecer entre o fim de setembro e início de outubro; alguns investidores já demonstraram interesse no ativo
BTG Pactual tem a melhor carteira recomendada de ações em agosto e foi a única entre as grandes corretoras a bater o Ibovespa no mês
Indicações da corretora do banco tiveram alta de 7,20%, superando o avanço de 6,16% do Ibovespa; todas as demais carteiras do ranking tiveram retorno positivo, porém abaixo do índice
Small caps: 3R (RRRP), Locaweb (LWSA3), Vamos (VAMO3) e Burger King (BKBR3) — as opções de investimento do BTG para setembro
Banco fez três alterações em sua carteira de small caps em relação ao portfólio de agosto; veja quais são as 10 escolhidas para o mês
Passando o chapéu: IRB (IRBR3) acerta a venda da própria sede em meio a medidas para se reenquadrar
Às vésperas de conhecer o resultado de uma oferta primária por meio da qual pretende levantar R$ 1,2 bilhão, IRB se desfaz de prédio histórico
Chega de ‘só Petrobras’ (PETR4): fim do monopólio do gás natural beneficia ação que pode subir mais de 50% com a compra de ativos da estatal
Conheça a ação que, segundo analista e colunista do Seu Dinheiro, representa uma empresa com histórico de eficiência e futuro promissor; foram 1200% de alta na bolsa em quase 20 anos – e tudo indica que esse é só o começo de um futuro triunfal
Leia Também
-
Elon Musk é um encantador de investidores? Por que a Tesla tem o menor resultado em três anos e as ações TSLA sobem forte em Nova York
-
Novo Ozempic? “Cópia” da caneta emagrecedora será distribuída no Brasil por small cap que já disparou 225% — Ambev sofrerá?
-
Exame bem feito: Fleury (FLRY3) acerta o diagnóstico com aquisição milionária e ações sobem 4%