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País seguirá com reformas e prioriza avançar no processo de adesão à OCDE, diz Guedes

O ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes, concede entrevista coletiva.

O ex-ministro da Economia, Paulo Guedes

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta segunda-feira, 13, que o Brasil continuará realizando reformas econômicas e reforçou que o governo brasileiro tem como prioridade avançar no processo de adesão à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

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"O governo tem que gastar melhor. Não é que o governo tenha que gastar mais. Estamos em um esforço de reformas estruturais e aceleramos a transferência de recursos para Estados e municípios durante a pandemia, apesar das dificuldades fiscais do País", afirmou, em participação na Cúpula Ministerial Virtual da OCDE sobre Inclusão Social para a América Latina e o Caribe.

Segundo Guedes, o Brasil continua comprometido com as reformas e com uma maior integração à economia global, reforçando o desejo de ingressar como membro pleno da OCDE.

"A ruptura de cadeias globais não atingiu tanto o Brasil. Não houve impacto externo com contundência no Brasil como em outros países. Na medida em que a onda da pandemia se afastar, vamos nos integrar mais na economia global e na economia regional", completou o ministro.

Meio ambiente

Guedes fez um discurso enfático de compromisso com a preservação da Amazônia. Após pressões de diversos investidores internacionais, o governo tem tentando mudar a imagem do Brasil em relação à preservação da floresta.

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"Sabemos que temos que reduzir os efeitos sobre o meio ambiente. Queremos apoio e compreensão para fazer isso melhor. O Brasil sabe da importância do desenvolvimento sustentável não apenas do ponto de vista fiscal, como do ponto de vista ambiental", discursou o ministro da Economia. "Se há excessos e erros, corrigiremos. Ou melhor dizendo, não aceitaremos o desmatamento ilegal e a exploração ilegal de recursos", completou, em participação na Cúpula Ministerial Virtual da OCDE sobre Inclusão Social para a América Latina e o Caribe.

Além da pressão de investidores internacionais, um grupo formado por ex-ministro da Fazenda e ex-presidentes do Banco Central também divulgou carta para cobrar mudanças na política ambiental do governo de Jair Bolsonaro. O vice-presidente Hamilton Mourão foi escalado para tentar amenizar a pressão e se reuniu com 10 grandes fundos internacionais na semana passada, sem a participação de Guedes.

Na semana passada, o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) revelou que o governo travou o repasse de R$ 33 milhões doados pela Noruega e Alemanha para o Ibama, que seriam destinados à Amazônia. Em agosto do ano passado, Bolsonaro chegou a dizer que não precisava do dinheiro de países europeus para preservar a floresta. Nesta segunda-feira, Guedes pediu ajuda de outros países para que o governo consiga lidar com a questão ambiental.

"A Amazônia é maior que a Europa, é difícil monitorar tudo. Em um país com carência de educação e saneamento, como policiar toda a selva Amazônica sem ajuda? Estamos abertos à cooperação e ajuda para saída da crise", completou o ministro.

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Guedes retomou ainda o discurso de duas semanas atrás, quando reverberou uma fala de Bolsonaro de que parte das críticas à política ambiental brasileira ocorreriam por má fé de países que competem com o Brasil no mercado global. "Sabemos que preservamos mais as nossas florestas e protegemos nossos povos indígenas melhor que outros países, onde houve guerras de extermínio. O Brasil alimenta o mundo preservando o seu meio ambiente", apontou. "Queremos ajuda, mas não aceitamos falsas narrativas sobre o que aconteceu nas ultimas décadas. Pedimos compreensão à comunidade mundial. Muitos escondem seu protecionismo condenando o Brasil. Há muitos interesses protecionistas criticando o Brasil e não ajudando", argumentou.

Ao encerrar a participação no evento, Guedes repetiu o desejo do Brasil em integrar a OCDE, até mesmo para implementar os melhores padrões de gestão também na área ambiental. "Somos um planeta, somos uma espécie e sentimos a ameaça agora para todos nós. Estaremos juntos de mãos dadas, todos. E a questão ambiental está logo ali na frente. Tivemos uma questão biológica, teremos questão ambiental à frente e estaremos juntos. Vamos passar por essa onda da pandemia e precisamos evitar a segunda onda de recessão econômica", concluiu.

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