O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, comparou o momento vivido pelo Brasil com o da Alemanha à época de Adolf Hitler, em mensagem a ministros da corte, segundo a Folha de S. Paulo.
O decano do Supremo diz que que a intervenção militar, "como pretendida por bolsonaristas e outras lideranças autocráticas", nada mais é senão "a instauração, no Brasil, de uma desprezível e abjeta ditadura militar".
Celso de Mello afirma que, guardadas as proporções, "à semelhança do que à semelhança do que ocorreu na República de Weimar (1919-1933) parece estar prestes a eclodir no Brasil". Ele defende que "é preciso resistir à destruição da ordem democrática
O ministro do STF é relator do inquérito que investiga as acusações de ex-ministro da Justiça Sergio Moro contra Bolsonaro. A operação apura tentativas do presidente de interferir politicamente na Polícia Federal.
Até a publicação desta nota, Bolsonaro e Celso de Melo não haviam comentado publicamente o assunto.
Protesto em frente ao STF
A divulgação da mensagem pelo jornal acontece após o grupo bolsonarista "300 pelo Brasil", liderado pela ativista Sara Winter, realizar um protesto em frente à sede do STF, em Brasília.
Na noite deste sábado (30), o grupo carregou tochas acesas, e algumas pessoas usavam máscaras de personagens de filmes de terror cobrindo todo o rosto. Os manifestantes gritavam palavras de ordem contra o Supremo e o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news.
O ato ocorre depois de Sara e empresários bolsonaristas terem sido alvo de mandados de busca e apreensão no âmbito da investigação que apura ameaças, ofensas e fake news contra ministros da Corte e seus familiares.
Integrantes do STF ouvidos reservadamente pelo Estadão/Broadcast apontaram semelhanças entre o protesto de Sara Winter e a manifestação de neonazistas e membros da Ku Klux Klan que ocorreu em 2017 na cidade de Charlottesville, nos Estados Unidos.
A "KKK" é organização racista dos Estados Unidos que prega a supremacia branca e já praticou inúmeros atos violentos contra negros.
A reportagem do Estadão procurou a Polícia Federal e o STF para comentar o protesto em Brasília, mas eles não se pronunciaram até a publicação deste texto. O Planalto informou que não vai comentar.
*Com Estadão Conteúdo, em atualização. Mais informações em instantes.