O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira que vai continuar interferindo nas decisões tomadas por seus ministros.
"Eu tenho o poder de interferir e vou continuar interferindo", disse durante entrevista ao Programa Brasil Urgente nesta sexta-feira, 27.
"Eu sou presidente para isso. Votaram em mim, não votaram em nenhum ministro. Aqui tem um comandante do navio, não é cada um remando para um lado de acordo com o seu interesse, um quer ir para a África, outro América do Norte. Não, eu que dou o rumo desse navio", disse.
Bolsonaro disse que em muitas ocasiões a palavra final das decisões de ministros, como é o caso de Luiz Henrique Mandetta (Saúde), é do presidente. "Aqui não é eu isolado e cada ministro faz o que der na cabeça, não. Não é assim que funciona", disse.
Crise
O presidente Jair Bolsonaro voltou a pedir o fim do isolamento social como método para conter o avanço do novo coronavírus. "Infelizmente algumas mortes terão, paciência, acontece, e vamos tocar o barco", disse.
"O brasileiro quer trabalhar, esse negócio de confinamento aí tem que acabar, temos que voltar às nossas rotinas. Deixem os pais, os velhinhos, os avós em casa e vamos trabalhar. Algumas mortes terão, mas acontece, paciência".
Na terça-feira, 24, Bolsonaro fez um pronunciamento em rede nacional de rádio e TV pregando a reabertura de escolas e do comércio. Na quinta, 26, o Planalto lançou campanha publicitária chamada "O Brasil não pode parar" para defender a flexibilização do isolamento social.
A ideia do Planalto vai na contramão do esforço mundial para o combate à propagação da doença e levou o governo federal a um embate com governadores dos Estados.
*Com Estadão Conteúdo