A Câmara dos Deputados manteve nesta quinta-feira o veto do presidente Jair Bolsonaro à possibilidade de reajuste salarial a algumas categorias do funcionalismo público.
Em votação encerrada pouco antes das 20h, o veto presidencial foi mantido por 316 votos a favor, 165 contra e duas abstenções.
Com isso, prevalece a decisão do presidente de congelar os salários dos funcionários públicos até pelo menos o fim de 2021, uma vez que um veto presidencial só pode ser derrubado se tanto a Câmara quanto o Senado votarem por sua anulação.
Ontem à noite, o Senado impôs uma derrota inesperada ao governo. Os senadores derrubaram o veto do presidente Jair Bolsonaro à medida que permitiria a continuidade das promoções e progressões de carreira programadas para algumas categorias dos serviços públicos municipais, estaduais e federal.
A proposta de manter descongelados os salários dos funcionários públicos fora aprovada pelo Congresso dentro do pacote de socorro financeiro a Estados e municípios por causa da pandemia, mas acabou vetada ao chegar à mesa de Bolsonaro.
Veto no Senado surpreendeu governo
A derrubada do veto pegou o governo de surpresa e o Palácio do Planalto pediu mais tempo para negociar.
Com isso, a análise da proposta pelos deputados federais foi adiada de ontem para hoje.
Horas antes da votação desta quinta-feira, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM/RJ), afirmou que se empenharia pela manutenção do veto pelos deputados.
O Ministério da Economia calcula que, se mantida, a anulação do veto comprometeria uma economia fiscal de R$ 121 bilhões a R$ 132 bilhões em 12 meses.
Mais cedo, Bolsonaro declarou que seria "impossível" governar o País se a Câmara mantivesse a decisão do Senado.
O cálculo, no entanto, foi contestado pela oposição pelo fato de não haver em pauta nenhuma votação específica de reajuste, mas sim uma decisão sobre o congelamento ou não das carreiras dos funcionários públicos.